Cursos de especialização e de residência médica na área da saúde indígena estão em fase de formatação
O reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), professor doutor José Geraldo Ticianeli participou de uma reunião em Brasília com Edson Damas, procurador de Justiça e coordenador do Gaemi-DH (Grupo de Atuação Especial de Minorias e Direitos Humanos) do MPRR. A conversa deixou encaminhada a formatação de dois cursos na área da saúde indígena, um de pós-graduação e outro de residência médica.
A reunião, ocorrida no último dia 07 de agosto, também contou com a participação de representantes dos Ministérios da Educação e da Saúde, da Fundação Getúlio Vargas e do reitor da Universidade Estadual de Roraima, Regys de Freitas.
A UFRR é pioneira na Educação Superior Indígena no Brasil, implantando o Insikiran em 2001. Além disso, Roraima é um dos estados brasileiros com maior população indígena, proporcionalmente, motivando a discussão sobre a abertura dos cursos.
“Embora nossos alunos e residentes da área da saúde tenham contato permanente com pacientes indígenas, não há, ainda, em seus processos de formação, um olhar diferenciado para as especificidades dessa população. A UFRR, como aparelho formador, com dois cursos relevantes na área da saúde, Medicina e Enfermagem, tem o dever de ser protagonista nesse processo, conduzindo a formulação de um projeto de ensino que contemple de maneira ampla, nos níveis de graduação, residência e pós-graduação, as necessidades de saúde das comunidades indígenas”, frisa Ticianeli, reitor da UFRR.
O trabalho para montagem dos cursos já iniciou e a previsão é de que, tanto a residência médica quanto o curso de pós-graduação em saúde indígena, já estejam formatados até o fim deste ano. A grade curricular de ambos os cursos deverá levar em consideração o aspecto da abordagem do profissional ao indígena e o respeito à cultura e cosmologia desses povos.
Segundo o Ministério Público, o atendimento à saúde indígena tem sido uma das maiores carências apresentadas pelos índios ao órgão ministerial. “Nós recebemos no MP muitas demandas individualizadas e de famílias indígenas, então, em razão dessa realidade de Roraima e do trabalho que desenvolvemos junto aos povos indígenas, os Ministérios da Educação e da Saúde nos convidaram para participar como Instituição parceira na construção desses dois projetos”, destacou o procurador Edson Damas.
Educação Superior Indígena - A UFRR é a única instituição que conta com um instituto de formação superior específico para indígenas: o Instituto Insikiran de Educação Superior Indígena. Criado em 2001, o Insikiran oferece três cursos de formação superior para indígenas em nível de graduação: Licenciatura Intercultural, criada em 2001, Bacharelado em Gestão Territorial Indígena, criado em 2009, e Bacharelado de Gestão em Saúde Coletiva Indígena, criado em 2012.
O nome Insikiran provém da mitologia dos povos indígenas que habitam o Monte Roraima, o povo Macuxi, e designa um dos filhos guerreiros de Makunaimî, irmão de Anikê, personagens integrados na cosmologia desses grupos étnicos.
Além disso, a UFRR também realiza anualmente o Vestibular Indígena (Processo Seletivo Indígena - PSEI), com vagas destinadas ao ingresso de indígenas em cerca de 50 cursos superiores de bacharelado, licenciatura e tecnológico, distribuídos entre os campi Paricarana, Cauamé e Murupu. A população indígena também tem vagas reservadas para ingresso nos processos seletivos dos cursos de pós-graduação da UFRR, a nível de mestrado e doutorado, e participa de projetos de extensão.
Em abril deste, por ocasião do Dia do Índio, foi divulgado um ranking das 50 instituições de educação superior com maior presença de alunos indígenas. A Universidade Federal de Roraima (UFRR) aparece na primeira posição entre as instituições públicas e em quarto lugar incluindo as faculdades privadas. O levantamento foi realizado pelo Quero Bolsa, uma plataforma de bolsas de estudo para o ensino superior da América Latina.
CoordCom/UFRR
*Com informações do MPE/RR
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