Ranking aponta UFRR como 1ª instituição pública com maior presença de alunos indígenas do Brasil
O ranking das 50 instituições de educação superior com maior presença de alunos indígenas aponta a Universidade Federal de Roraima (UFRR) na primeira posição entre as instituições públicas e em quarto lugar incluindo as faculdades privadas. O levantamento foi realizado pelo Quero Bolsa, uma plataforma de bolsas de estudo para o ensino superior da América Latina.
Conforme o levantamento, a UFRR conta com 768 alunos indígenas. Para formalizar o ranking, foi considerada a proporção dos alunos em relação ao total. Entraram na lista, faculdades com pelo menos 1.000 alunos e 100 estudantes indígenas. Acesse o Ranking.
A política de inclusão e atendimento aos povos indígenas à educação superior é uma das prioridades da UFRR. Roraima possui em sua população aproximadamente 50 mil indígenas, integrantes de nove etnias que compõem a morfologia étnico-cultural do Estado: Macuxi, Wapichana, Taurepang, Ingaricó, WaiWai, Patamona, Sapará, Yanomami e Ye’kuana (Censo IBGE, 2010).
“As políticas de ações afirmativas têm se mostrado muito importantes para as populações indígenas, sobretudo quando essas políticas proporcionam a inclusão, a permanência e o sucesso desses grupos dentro das instituições de ensino”, destaca o professor Jonildo Viana, do Instituto Insikiran de Ensino Superior.
A UFRR é a única instituição que conta com um instituto de formação superior indígena: o Instituto Insikiran de Educação Superior. Criado em 2001, o Insikiran oferece três cursos de formação superior para indígenas em nível de graduação: Licenciatura Intercultural, criada em 2001, Bacharelado em Gestão Territorial Indígena, criado em 2009, e Bacharelado de Gestão em Saúde Coletiva Indígena, criado em 2012.
Além disso, a UFRR também realiza anualmente o Vestibular Indígena (Processo Seletivo Indígena - PSEI), com vagas destinadas ao ingresso de indígenas em cerca de 50 cursos superiores de bacharelado, licenciatura e tecnológico, distribuídos entre os campi Paricarana, Cauamé e Murupu. A população indígena também tem vagas reservadas para ingresso nos processos seletivos dos cursos de pós-graduação da UFRR, a nível de mestrado e doutorado, e participam de projetos de extensão.
“No caso da UFRR, o PSEI, que é o processo de seleção específico para indígenas, e a própria criação do instituto Insikiran, e os seus três cursos, mostram que a Universidade tem um compromisso social e este compromisso social vem sendo referência não só para o Brasil, mas para a América Latina, enquanto instituição que se preocupa com a inserção de povos indígenas nos seus quadros de alunos de graduação, pós-graduação, em ações de extensão e ex-alunos que hoje também são professores da universidade. Isso fica muito claro quando a gente percebe que esse processo histórico, esse processo de organização, vem surtindo efeitos práticos e serve de referência para se pensar novas políticas, novos modelos de inserção e para o avanço desses povos dentro da instituição”, avalia do professor.
As universidades particulares Universidade da Amazônia, Faculdade Mauá de Brasília e Faculdades Integradas Campos Salles estão nas primeiras posições. Entre as instituições públicas, a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) são a segunda e terceira, respectivamente, com maior número de indígenas matriculados, correspondendo a 9ª e 12ª posições no ranking geral.
Coordcom/UFRR
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