Covid-19: Projeto de extensão oferece acolhimento e apoio psicológico à comunidade acadêmica
A UFRR tem oferecido acolhimento e apoio psicológico à comunidade acadêmica, docentes, técnicos-administrativos, efetivos e terceirizados, abrangendo os três campi.
A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus alterou a rotina de milhões de pessoas e teve impacto direto na saúde mental da população. Muitas pessoas passaram a vivenciar sentimentos desagradáveis como stress agudo, insegurança e medo de forma intensa, o que tem causado sofrimento e adoecimento em parte da população.
Pesquisas apontam uma tendência ao surgimento de efeitos traumáticos em quem vive essa experiência, que vai além do risco de adoecer. Para conter a doença, pessoas foram separadas de familiares, amigos e entes queridos, há perda da liberdade, incertezas sobre futuro, o que tem gerado solidão, angústia, sobrecarga de trabalho entre outras consequências, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Pensando em reduzir o stresse, auxiliar na adaptabilidade e acolher pessoas em sofrimento foi criado o projeto “Acolhimento psicológico à distância em situações durante e após pandemia do novo coronavírus (COVID-19)”, vinculado ao programa de apoio ao enfrentamento à pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2)" da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
O projeto foi elaborado pela professora Dra Joelma Ana Gutiérrez Espíndula, do curso de Psicologia da UFRR, com apoio de alunos e psicólogos voluntários, e visa oferecer suporte psicológico, acolhimento, além dos serviços de informações em saúde mental, como cartilhas, materiais ilustrativos, guia de serviços emergenciais a toda comunidade acadêmica, que inclui alunos, servidores docentes e técnicos-administrativos, efetivos e terceirizados, abrangendo os três campus .
"O projeto tem o propósito minimizar a dor e o sofrimento psíquico da pessoa que esteja necessitando de atendimento psicológico para ajudar a lidar com questões relacionadas à pandemia como: mudanças da rotina, medos, angústias, ansiedades, preocupações, enfermidades pelo covid-19 e luto", explicou.
O atendimento é gratuito e para participar basta preencher um cadastro disponível na página do Curso de Psicologia da UFRR, no link: http://ufrr.br/psicologia/index.php?option=com_chronoforms&chronoform=acolhimento_online. Após triagem, a pessoa será encaminhada para atendimento.
A intenção, segundo a professora foi ampliar um serviço já oferecido pelo curso de Psicologia, como o plantão psicológico, agora adaptado à nova realidade, com o atendimento online, garantindo o acesso ao serviço de forma remota, obedecendo as medidas de segurança para evitar o contágio da doença e cumprir o distanciamento social, recomendado pelas autoridades de saúde.
Conforme a professora, o trabalho tem sido embasado em materiais de referência nacional e internacional, como a Fiocruz, Organização Mundial da Saúde (OMS), Conselho Federal de Psicologia (CFP) e está de acordo com a legislação da categoria e com regras de autoridades de saúde, além de contar com aporte teórico científico.
"Sugeri aos meus alunos que também aprofundassem os estudos dando ideias sobre temas atuais e estou orientando monografias de dois alunos que abordam os efeitos da pandemia na vivencias das Família e também de Jovens e adultos no enfrentamento do Coronavirus, tornando o projeto ainda um espaço de aprendizagem e formação profissional", afirmou.
Cita como material de apoio a cartilha de Saúde Mental da Fiocruz elaborada por diversos pesquisadores, que reconhecem a capacidade e habilidade humana em lidar com os desafios da vida. No entanto, admitem que em situação de crise como a que vivenciamos como a pandemia, alguns podem precisar de maior suporte psicossocial. "Muitos profissionais de saúde mental acreditam que se não houver suporte e cuidado adequado nessa fase inicial, poderá gerar ou agravar um quadro clínico já pre-existente, por isso, é importante trabalhar o acolhimento junto com a prevenção", afirmou.
Salienta ainda que a atuação dos psicólogos está em concordância com as instituições de pesquisa, e visa prioritariamente a promoção do bem-estar psicossocial e redução do estresse agudo.
“O objetivo do acolhimento é oferecer primeiros cuidados psicológicos que inclui possibilitar apoio e cuidado prático, não invasivo, que permita avaliar as necessidades e preocupações, bem como oferecer conforto, mitigar os efeitos do estresse, orientar para a busca de informações confiáveis, oferecendo ainda informações claras e oficiais, orientar sobre os serviços disponíveis de atenção psicossocial mais próximos e proteger as pessoas de danos adicionais”, diz a cartilha.
"O foco é abrir espaço para uma escuta acolhedora, empática, humanizada e sem julgamentos. Visa facilitar uma adaptação psicológica mais adequada da situação em que se encontra e otimizar os seus recursos pessoais em termos de autoconhecimento, autoajuda e autonomia", complementou.
Contato: Joelma Ana Gutiérrez Espíndula (98104-5627)