Neste 22 de julho se comemora o Dia Nacional do Cientista Social
Nesta sexta-feira, 22 de julho, comemora-se o Dia Nacional do Cientista Social. A data lembra o dia do nascimento do professor e pesquisador Florestan Fernandes, falecido em 1995.
Na Universidade Federal de Roraima (UFRR) o curso de Ciência da Sociais foi criado em 16 de outubro de 1992, por meio da resolução 047/1992-CUNI. Desde então 249 cientistas sociais foram graduados neste bacharelado.
O curso conta atualmente com 15 professores, todos com título de doutorado, e 140 discentes.
Além de aulas no curso de Ciências Sociais, os docentes também lecionam em outras graduações da UFRR, como Comunicação, Contabilidade, Direito, Geografia, História, Relações Internacionais e Secretariado.
Prestes a completar 30 anos, o curso de Ciências Sociais está organizando uma grande mudança em seu currículo a partir de 2023. O objetivo é criar uma graduação mais dinâmica, em sintonia com as novas demandas sociais e mudanças tecnológicas.
Para saber um pouco mais sobre o curso de Ciências Sociais, clique aqui e veja um vídeo que conta com a participação de alunos e docentes.
Para saber um pouco sobre o curso e seus desafios, conversamos com um docente, um aluno e em graduado em Ciências Sociais:
Formação polivalente
Os cientistas sociais podem contribuir para o desenvolvimento do Estado de Roraima atuando como servidores públicos, nas instituições privadas e no terceiro setor. Seu treinamento diversificado lhes permite analisar processos políticos, conflitos sociais e a riqueza cultural do povo roraimense.
Alguns dos temas mais importantes na atualidade são habitualmente pesquisados por nós, tais como: a migração, a violência urbana e rural, o impacto social de formas de desenvolvimento econômico, a relação entre política e redes sociais entre outros.
O maior desafio dos cientistas sociais é a necessidade de um constante aprendizado. Por isso, é comum que continuemos estudando mesmo após formados. Para quem gosta de ver as coisas por outros ângulos e pensar criticamente, refletir sobre a organização da sociedade e buscar o bem comum, este é o curso certo.
Rodrigo Pereira Chagas, professor e coordenador do curso de Ciências Sociais da UFRR.
Entre a teoria e a prática
Sempre costumo dizer que quando iniciei no curso de Ciências Sociais foi “amor à primeira vista”. Venho de uma trajetória de proximidade com as temáticas sociais e ter a oportunidade de entrar no curso, conhecer mais a fundo as teorias, trocar experiências e conhecimento em sala de aula tem sido fundamental na formação. Possibilita fazer ligações entre teoria e prática.
Dentre os desafios, atualmente, trabalhar e estudar tem sido um processo desafiador. Desde o início do curso sigo com o hábito de leitura. Apesar do cansaço por conta da vida laboral, a vontade de seguir estudando ciências sociais, me forçou a criar cronogramas de estudos. Assim, sigo tentando superar o desafio de conciliar as duas atividades.
Para a vida, tenho certeza absoluta que a formação não somente contribuirá nas possibilidades de atuação na área, mas também na minha constituição enquanto indivíduo que é agente de ação social.
Luyandria Santos Maia, aluna do curso de Ciências Sociais da UFRR.
Um curso motivador
Em 2014, após ter desistido de fazer Engenharia de Materiais na UFAM por não ter me identificado com o perfil do curso, ingressei no curso de Ciências Sociais da UFRR e fiquei encantada com os conteúdos que me foram apresentados.
Uma das perguntas que surge com certa frequência quando menciono esse fato é se me arrependo de ter desistido de engenharia para cursar ciências sociais. E seguramente posso afirmar hoje que não. Ter me dedicado aos estudos das Ciências Sociais foi importante pois, além dos conhecimentos adquiridos, me abriu um leque de oportunidades, tanto durante o curso, como depois de tê-lo concluído.
Ao longo da graduação estive envolvida em diversas atividades de pesquisa: ingressei no Grupo de Estudos Interdisciplinar sobre Fronteiras (GEIFRON), fui bolsista Jovens Talentos para Ciência e bolsista de Iniciação Científica (PIBIC).
Também tive participação no movimento estudantil: fui diretora do Centro Acadêmico de Ciências Sociais e também fui membro da diretoria do Diretório Central dos Estudantes (DCE/UFRR). Tive participação nas atividades de ensino, pois fui monitora bolsista das disciplinas Teoria Sociológica I e II. E com intuito de ampliar meus estudos e experiências, fiz intercâmbio na Universidad Santo Tómas, em Villavicencio, na Colômbia durante cinco meses. Durante o curso também me envolvi na organização de palestras, encontros e oficinas, além de ter colaborado na produção do Boletim Informativo do CCH.
Esse envolvimento em diversas atividades ao longo do curso, associado às leituras que fervilhavam em minha mente e instigavam a fazer diversos questionamentos foram cruciais para que eu me sentisse motivada a continuar estudando na área.
Após o término da graduação ingressei no mestrado do Programa de Pós-graduação em Sociedade e Fronteira da UFRR, desdobrando a pesquisa que tinha iniciado para o trabalho de conclusão do curso de graduação em Ciências Sociais. Hoje estou fazendo um aprofundamento deste mesmo estudo no doutorado, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação da USP.
Ter feito essa trajetória durante o curso de graduação não só me oportunizou continuar pesquisando e estudando na área, como também me abriu portas profissionais, além de ter instigado em mim o desejo por seguir carreira docente, pois percebo a importância que este curso tem quando pensamos e desejamos um mundo melhor e mais justo.
Cada vez mais precisamos de pessoas que sejam capazes de ter um pensamento crítico, formular ideias, questionar o que está posto, e principalmente, fazer isso embasado em argumentos plausíveis e não em achismos ou opiniões. Estudar Ciências
Sociais nos proporciona estes fundamentos e por isso este curso continua sendo tão necessário, tão fundamental.
Beatriz Level, ex-aluna do curso de Ciências Sociais da UFRR.
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