Dia Nacional da Matemática - Profissionais refletem sobre a importância da matemática em suas vidas
Nesta sexta-feira (6) é comemorado Dia Nacional da Matemática. A data foi escolhida como forma de homenagear o matemático, escritor e educador brasileiro Júlio César de Mello e Souza, mais conhecido como Malba Tahan.
Ao longo de seus 79 anos, Malba Tahan publicou 120 livros, sendo 51 voltados à Matemática. Nessas obras, conseguiu repassar o conteúdo matemático de forma lúdica e cativante.
A Universidade Federal de Roraima (UFRR) oferta três modalidades de graduação do curso de Matemática: Licenciatura, Bacharelado e Ensino à Distância (EaD).
O Curso de Licenciatura Plena em Matemática foi criado em março de 1990 e reconhecido pelo MEC em 1995 segundo a portaria nº 1.487, de 06 de dezembro de 1995. Ele conta com 107 discentes ativos e já formou 272 profissionais.
Anos depois, foram fundados os cursos de Bacharelado em Matemática, que já formou 17 matemáticos e possui 51 alunos matriculados, e de Matemática EaD, com 314 discentes ativos e 55 profissionais formados.
A Coordenadoria de Comunicação (Coordcom) da UFRR convidou atuais e futuros matemáticos para compartilhar reflexões sobre o papel da matemática em suas vidas. Confira:
“O livro do mundo está escrito em linguagem matemática”, Galileu Galilei.
Quando iniciei meu caminho na matemática, cheguei na primeira encruzilhada, com várias opções de direções. Optei por engatinhar por um estranho, para surpresa de muitos: escolhi o caminho da matemática. Pouco a pouco aprendi sua gramática, nas aulas de Lógica matemática, e ,com as palavras e conceitos que me eram ensinadas, fiz inúmeras repetições como um parvo, que ansiava sua independência linguística. Nesta bela e distinta linguagem, comecei a ler autores renomados, surpreendendo-me com a quantidade de "Machado de Assis" e "Castro Alves" que existiam dentro da matemática. Literaturas profundas que me absorviam por horas, às vezes dias, para entender uma simples linha. Por fim, quando comecei a escrever minhas próprias linhas, fui inúmeras vezes corrigido, sem sombra de dúvidas para melhorar. Em uma destas ocasiões, conversando com um dos meus professores, indaguei o que era ser um matemático. “Ora, esta é fácil”, me respondeu com um sorriso paradoxal. “Basta demonstrar um teorema inédito que você não considere simples”. Intrigado com a resposta, segui com meu livro sem deixar de pensar se eu algum dia seria um matemático. Ao terminá-lo, percebi que os conceitos utilizados, apesar de um certo rebuscamento, eram simples e que meus anos de trabalho árduo para entender, agora pareciam se apresentar com um certo ar de “como não pude entender isso antes? ”. Foi assim que, junto os meus fieis companheiros de escrita, pude entender que a resposta de meu professor era um paradoxo. Ao meu ver, uma vez imaginado e escrito, eu entendo o resultado como simples e não inédito. Neste aspecto, a busca de ser um matemático seria infinita e da mesma forma que os grandes autores da língua portuguesa não se importavam em ser autores, acredito que nós matemáticos não nos importamos em ser coautores no livro do mundo e tentarmos mostrar ao mundo as belezas que estão escondidas nesta linguagem.
Guilherme Zsigmond Machado - Docente do curso de Matemática da UFRR.
Muito além de operações práticas, a matemática nos convida a imergir em um universo dinâmico em busca da solução de problemas, desde os simples intuitivos do nosso cotidiano, aos mais abstratos e complexos. A matemática é tida por muitos como uma ciência livre de erros, "exata", porém quanto mais nos aprofundamos no assunto, mais nos damos conta de que é, sim, uma linguagem cheia de formalismo, porém em constante desenvolvimento, dando margem ao questionamento: “Será se a matemática é uma ciência exata?”. Espero que, no curso de Bacharelado em Matemática na UFRR, eu possa construir uma base para seguir especialização em tecnologia da informação.
Henrique Pires de Lima - Discente no 5° semestre do curso de Matemática da UFRR.
* Após a conclusão da matéria, recebemos a notícia do falecimento do aluno Henrique. A UFRR manifesta os mais sinceros sentimentos de solidariedade a todos os familiares e amigos do discente.
Depois de prestar o vestibular para dois cursos, decidi tentar matemática, por incentivo de uma amiga. O ano era 2001 e começava minha saga! Quando cursava o 3⁰ semestre, surgiu a oportunidade de lecionar, mas tinha medo de ser intimidado por algum aluno que soubesse mais que eu. Lecionei por dois a três anos, enquanto ainda estudava. O contrato terminou e voltei a me dedicar à graduação somente, enquanto vendia lanches pelos lugares e até mesmo na universidade. Chegava em casa por volta das 22h30 ou mais tarde e isso se repetiu por dois anos. Me formei em 2007 e desde então lecionei em uma escola particular, fui concursado na área da educação indígena, fiz mestrado e apresentei um projeto na área de Geometria Espacial. Com o mestrado, em especial, pude expor melhor meus conhecimentos nas demais áreas da matemática, mas é na geometria que tenho procurado apresentar as melhores aulas, por ser algo lúdico e prático.
Janio Benevides de Souza Nascimento – Egresso do curso de Matemática da UFRR.
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