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19 de abril: dia de celebrar as lutas pela causa indígena

Published: Tuesday, 19 April 2022 07:56 | Last Updated: Wednesday, 20 April 2022 10:27

Nesta terça-feira, 19/04, comemora-se o Dia do Indígena. A data comemorativa surgiu após um protesto dos povos indígenas do continente americano durante o Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México, em 1940.
No evento, foram definidas algumas medidas a serem tomadas em favor da defesa dos povos, incluindo a data de homenagem a eles, que ficou conhecida como o "Dia do Aborígene Americano”.
No Brasil, somente em 1943, durante a gestão do presidente Getúlio Vargas, foi publicado o decreto-lei que estabeleceu a data comemorativa em nosso país.
A formação superior indígena na UFRR
A partir das demandas dos povos indígenas que reivindicaram acesso ao ensino superior por meio da Carta de Canauanim, elaborada em 2001 na Assembleia Geral dos Professores Indígenas de Roraima, a Universidade Federal de Roraima (UFRR) criou, no mesmo ano, o Núcleo Insikiran de Formação Superior Indígena.
A unidade acadêmica desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão com a participação de docentes e discentes, bem como das organizações e comunidades indígenas.
A política de acesso de indígenas na UFRR teve início em 2002, com a criação do curso de Licenciatura Intercultural. O curso já formou 273 professores indígenas das etnias Macuxi, Wapichana, Yekuana, Wai Wai, Taurepang, Ingaricó e Pemon. Atualmente, tem 365 alunos ativos.
O Insikiran conta também com os cursos de Gestão Territorial Indígena, que teve 125 alunos matriculados no semestre de 2021.1 e já formou 53 profissionais, e o bacharelado em Gestão em Saúde Coletiva Indígena. Este tem 159 alunos ativos e 59 egressos.
Segundo a diretora pro tempore da unidade, professora Ise de Goreth Silva, muitos avanços já foram conquistados ao longo de duas décadas de criação do instituto, incluindo ações que têm contribuído para a formulação de novas políticas públicas e reafirmação dos direitos dos povos indígenas no âmbito do estado.
Conforme a professora, ainda é preciso lutar pela garantia e a permanência dos indígenas nos cursos.
“Nosso engajamento junto aos movimentos indígenas de Roraima é para mostrar a polifonia nos processos de afirmação identitária e autonomia que reivindicam esses movimentos enquanto lutam por um espaço político no âmbito da UFRR para garantir suas demandas educacionais e sociais”, ressalta.
Vestibular Indígena
Além dos cursos do Instituto Insikiran, a UFRR oferece vagas específicas para ingresso de indígenas em diversos cursos da instituição, como Medicina, Relações Internacionais e Engenharia Civil. O acesso é por meio do Processo Seletivo Específico Indígena (PSEI) ou Vestibular Indígena, como também é conhecido.
A UFRR conta atualmente com 649 alunos no Insikiran e mais 418 discentes ativos que ingressaram pelo PSEI, totalizando 1.067 alunos indígenas matriculados nos cursos de graduação, conforme o Departamento de Registro e Controle Acadêmico (Derca).
Retribuindo o conhecimento adquirido
Um dos atuais professores substitutos do curso de Gestão Territorial Indígena, Reinaldo da Silva Oliveira, da comunidade Surumu, começou sua história na UFRR há 12 anos, quando ingressou pelo Vestibular Indígena no curso em que agora leciona.
“Ter estudado no Instituto Insikiran me dá muito orgulho, pois mostra que a luta que as lideranças indígenas tiveram não foi em vão. A busca de um espaço indígena dentro da universidade é de extrema importância para cada povo que existe em Roraima”, afirma.
Como profissional, Reinaldo destaca a importância do Instituto Insikiran para a formação dos indígenas, principalmente por abordar o conhecimento adquirido juntos às comunidades.
“Considero isso muito importante para conhecermos cada vez a nossa própria história de luta, de resistência. Como diz o movimento: ‘sangue indígena, nenhuma gota a mais’”, enfatiza.
Formado desde 2015, o professor acredita que “por meio da educação temos a possibilidade de mudar o pessoal, profissional e social. Isso faz com que possamos lutar por aquilo que temos a certeza de que fará diferença na sociedade”, finaliza.

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