Hoje é o Dia Nacional do Livro. Veja depoimentos de leitores da UFRR
Viajar no conteúdo de um livro por horas e horas, ficar lembrando dos personagens e das histórias, morrer de ciúme de seu exemplar, comprar mais livros do que pode ler, sentar na mesa da biblioteca e esquecer da vida, marcar aquela página preferida e voltar sempre a ela. Quem nunca?
As cenas acima fazem parte da rotina de todas as pessoas que adoram ler. E são elas as mais contentes nesta sexta, 29 de outubro, quando comemoramos o Dia Nacional do Livro, esse item tão fundamental para o nosso crescimento pessoal e coletivo.
A comemoração faz alusão à data de fundação, em 1810, da primeira biblioteca do País: a Real Biblioteca, no Rio de Janeiro. Para compartilhar a alegria de hoje, convidamos professores, alunos, ex-alunos e técnicos que gostam de leitura e trabalham com literatura.
Nos depoimentos a seguir, você poderá constatar como o livro é algo que faz parte da vida destas pessoas. Boa leitura:
COMPANHIA DIÁRIA
Sempre gostei de livros. Na infância minha mãe me ensinou a ler em casa, com a ajuda de contos infantis. Ao longo do tempo desenvolvi uma amizade muito especial com os livros, o que influenciou diretamente na minha escolha vocacional em cursar Letras-Literatura na UFRR. Sou muito apaixonado pelos gêneros literários conto, romance, poesia, dramaturgia; e até já escrevi alguns livros, tendo em vista o meu apaixonamento pelas palavras e suas junções que desaguam em imagens, sons e ritmos. Livros são meus companheiros diários. Adoro a sensação de abrir um livro, seja para fruição estética, seja para estudar um conteúdo que será ministrado em sala de aula – mesmo a virtual. É como se meu espírito fosse arrebatado para um espaço de renovação do ser. Por isso amo ler e tenho sempre comigo a sensação que renasço no ato da leitura.
Francisco Alves, professor da UFRR.
A LEITURA COMO DESAFIO
Leitura pra mim, sempre foi um desafio: seja por estímulo ao raciocínio ou por disponibilidade de tempo. Oriundo de escola pública encontrei nos livros - principalmente nos de história e de filosofia - o atrativo que me impulsionou a concluir o ensino fundamental e médio. O trabalho em dois turnos deixava-me as leituras para curtos espaços do dia e fins de semana. A perseverança trouxe resultados na qualidade de vida e na melhoria de emprego. Na atualidade, mesmo com o acesso digital, não deixo de adquirir os livros de papel. Estes são os meus preferíveis, porém a necessidade de acompanhar as tendências tem limitado o volume de livros.
Tenho nos meus exemplares preferidos, livros com temas diversos, na maioria literatura e história. Mais recentemente fui presenteado com três livros escritos e/ou organizados pelo professor doutor Reginaldo Gomes, do curso de História da UFRR. São os livros: Fazenda e Trabalho na Amazônia, O caso de Berbice (1726- 1736), Amazônia Caribenha: Memória e História e Amazônia Caribenha: processos históricos e os desdobramentos socioculturais e geopolíticos na ilha da Guiana.
Greick Alves, relações públicas da UFRR.
LER E SONHAR
Eu comecei a ter o hábito da leitura ainda criança. Muito cedo vi coisas que tiraram um pouco o brilho da infância e a leitura foi a forma que eu encontrei de manter um pouco a fantasia do mundo. Eu lembro até hoje do primeiro conto que eu li: Cachinhos Dourados. Minha mãe tinha um livro (que mais parecia um glossário de tão grande) com vários contos como Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel, João e o pé de feijão e vários outros. Em dois dias li mais de 500 páginas e fiquei encantada com todas as histórias contadas nos contos.
As revistinhas da Turma da Mônica eram um prato cheio; eu também lia livrinhos didáticos e outros com temas mais específicos. Na época, o que eu encontrasse e fosse interessante eu lia... Conforme fui crescendo passei para as leituras de romance, aventura e fantasia. Confesso que demorei vários anos pra definir um gênero que gostasse mais.
Hoje eu afirmo com toda certeza que ler é um prazer, pois através da leitura já conheci vários países, várias culturas, comidas, me apaixonei por personagens e fiquei de luto por outros... Há muitos anos eu leio livros digitais por ser mais barato e principalmente pela praticidade da ‘’compatibilidade’’ de levar comigo pra todo lugar.
A leitura é um hobby e uma forma muito eficaz de combater a ansiedade. Sempre que posso presenteio algum amigo com um livro. Gosto de incentivar a leitura em outras pessoas também, pois desejo muito que as pessoas se divirtam e sonhem como eu quando estou lendo um livro.
Outro dia li uma frase, atribuída a Alice Ferreira, que definiu bem o que sinto em relação à leitura e aos livros: Ler é sonhar acordado, é viajar sem sair do mesmo lugar... É ver, é crescer, é amar e ser amado. Quem lê está sempre acompanhado.
Sângela Gabrielle Saito Macêdo, formada em Arquitetura e Urbanismo pela UFRR.
VOANDO ALÉM DA IMAGINAÇÃO
O que me tranquiliza a vida é que os livros existam. Afirmo isso pois foram eles que formaram o meu ser. Desde o primeiro contato percebi que posteriormente eu não seria mais a mesma. Lembro-me que ainda era criança, mas que a minha intuição infantil já demonstrava que a partir disso eu seria complexa e pensante.
Então, eu cresci e os livros continuaram comigo. Será que é perigoso dar um livro de Dostoiévski a uma criança? Corria eu perigo e não sabia?
Se a minha inocência infantil já conseguia desbrava-los, então o ato da leitura seria como supor conforme quem você é, a sua época, o seu sentir e seu julgamento?
Pois eu leio achando que estou me libertando de todas as correntes sociais. Mas um livro induz. Os livros possuem páginas que voam além da nossa imaginação. O destino sou eu que escolho e a origem também. Diante de um, aprendi que eu estou no controle daquela história, sou eu que a crio e dou sentido a ela. Eu sei que posso chorar em todas as páginas de um romance e descobrir que alguém talvez nunca derramará uma lágrima. A coisa mais fascinante que descobri dos livros está nisso, que o sentido de suas histórias não será o mesmo para todos, mas que o seu propósito é o mesmo: fomentar o seu pensamento e a sua existência.
Os livros são atuantes em nossas vidas. Estou pronta para o que eu possa ser amanhã ou vivenciar através deles.
Alessandra Medeiros, acadêmica do curso de Ciências Sociais da UFRR.
O PRAZER DE VIAJAR NO LIVRO
Considero a educação fundamental e, em nosso processo educacional formal, o livro é a peça-chave que nos conecta ao conhecimento. Desde a infância sempre fui incentivada a ler e os livros fazem parte da minha vida. Leio de tudo, desde bula de remédios até trabalhos acadêmicos (risos). Na falta de livros, uma brincadeira que fazia com meus dois irmãos, quando estávamos aprendendo a juntar as letras, era ler uma palavra no local onde estivéssemos para que os demais descobrissem onde estava, ganhava quem primeiro encontrasse. Curiosamente, não tenho o hábito de colecionar, tampouco uma coleção preferida. Gosto do bom e velho livro impresso, mas aprendi a ler também os digitais. Tenho muito prazer em ler uma história que me leva a vários lugares do mundo. Pelos livros já passei por várias cidades brasileiras e fui da Florença, na Itália, até Mumbai, na Índia. Ultimamente, tenho passeado pela Europa, em uma viagem da Noruega à Grécia, com a obra O Dia do Curinga, de Jostein Gaarder. E, vez por outra, leio uma poesia de Eliza Menezes (autora do livro Meu mundo e o que eu vejo, da Editora Wei, de Roraima) ou de Ryane Leão, dentre outras autoras.
Gersika Nascimento, jornalista da UFRR.
ASAS À IMAGINAÇÃO
Tudo começou na infância, instigada pela curiosidade de ler os livros de romance dos meus pais, mas que eram considerados inapropriados para minha idade. Comecei a ler os livros infantis, até que conheci os de Arthur Conan Doyle, criador do Sherlock Holmes, e me apaixonei pelos romances policiais. Mais tarde conheci os romances do Sidney Sheldon, de quem sou fã, e da Aghata Christie. O que mais gosto neles é o poder de viajar para um mundo único, onde nossa imaginação cria asas para ilustrar aquele enredo, que é sempre rico em detalhes. Alguns deles são inesquecíveis para mim, por exemplo: Depois daquela viagem, da Valéria Piassa Polizzi, e Éramos seis, da Maria José Dupré, primeiro e único no qual me emocionei tanto que chorei no final. Como bibliotecária, as pessoas imaginam que já li muitos livros ou todos os livros das bibliotecas onde atuei. Não li, mas o meu universo é cercado por eles, em suas mais diversas versões e formatos, além de outros tipos de documentos e fontes de informação. Finalizo com uma dica: se você não tem um livro que lhe marcou, precisa ler mais livros até encontrá-lo.
Layonize Felix Correia da Silva, bibliotecária da UFRR.
ACALENTO DA ALMA
Os livros sempre fizeram parte da minha vida. Cresci rodeada por eles. Meus pais desde cedo incentivaram o hábito da leitura – eles mesmos leitores ávidos de livros, revistas e jornais – o que tornou o processo muito natural para mim. Lembro até hoje o primeiro livro que li sozinha (O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry), o primeiro livro que me fez chorar (Olga, de Fernando Morais) e o primeiro que me fez descobrir a frieza do mundo (O diário de Anne Frank). Até hoje vivo rodeada por livros.
Quando me mudei para Boa Vista em 2017, fiz questão de trazer meus livros, e o primeiro cômodo da casa a receber um móvel foi a sala de estudos – uma estante grande o suficiente para comportar todos os meus livros. Hoje a estante encolheu e os livros, assim como a lista de desejo de livros, só aumentaram.
Eu leio quando estou triste, feliz, com preguiça, na sala de espera, no avião, na fila do banco. O tamanho da minha biblioteca não me serve para alimentar o ego, mas sim para acalentar a alma.
Martha Julia Martins, professora da UFRR.
LEITURAS FORMADORAS
Há pouco tempo, abri uma caixa e me deparei com vários livros antigos, de 2002, 2004, com dedicatórias feitas para mim pela minha mãe, que é escritora, poeta e compositora. Criando uma linha do tempo imaginária, posso ver, claramente, como eles acompanharam minhas fases de vida: os clássicos gibis da Turma da Mônica, na infância; a coleção O Diário da Princesa, na pré-adolescência; títulos atrelados a negócios e comunicação, quando eu estava me descobrindo profissionalmente; e agora, Pequeno Manual Antirracista, Eu sou Malala, Justiça, Quem tem Medo do Feminismo Negro?, Sobre o Autoritarismo Brasileiro, Sejamos todos Feministas, O perigo de uma História Única, A Revolução dos Bichos e O Mito da Beleza. Daqui a pouco, serão outros.
Meu pensamento crítico e minha sede por conhecimento devo à leitura. Ela faz parte de quem eu sou!
Lai Dantas, acadêmica do curso de Jornalismo da UFRR.
PROVOCANDO MUDANÇAS
Além dos poucos livros de histórias infantis e gibis que minha família tinha condições de me dar de vez em quando, meu primeiro contato significativo com literatura foi na biblioteca da minha escola de ensino fundamental I. Lá havia uma coleção de livros de histórias indígenas de Roraima que me marcou muito.
Outra forte lembrança são o incentivo à leitura e à escrita dado pela minha professora de português e os primeiros prêmios em concursos literários escolares, no ensino fundamental II.
Hoje, além de ser escritor, coordeno ações de incentivo à leitura, como concursos literários, saraus, projetos de circulação literária, encontros entre escritores e estudantes etc. Minha intenção é fazer o livro mudar a vida de outras pessoas como mudou a minha.
Aldenor Pimentel, jornalista da UFRR
ATIÇANDO O SENSO CRÍTICO
A importância do livro, é fundamental para o processo de ensino aprendizagem. O leitor busca conhecimentos, tanto em cunho científico quanto nos contos literários adultos e infantis, pois a leitura desperta um senso crítico no público- alvo, elevando cada vez mais aquilo que é publicado.
Para mim a leitura é como um livro cheio de informações contendo tudo aquilo que o público quer ver, havendo sentimentos e emoções tanto na vida pessoal como profissional. Trato sobre isso nos meus livros publicados: Percursos pela interdisciplinaridade, Uma viagem no mundo do conhecimento, Práticas pedagógicas na educação básica, Experiências interdisciplinares no contexto escolar, ações interdisciplinares: as práticas pedagógicas da educação básica e o desenvolvimento de habilidades, interdisciplinaridade: construindo vivências sociais na educação básica, interconexões: educação, ciência e tecnologia no contexto amazônico, o CD Ciranda da Amazônia, Brincadeiras de roda, entre outras obras.
Essa relação com o livro, proporciona ao público divertimento, entretenimento e aguça a curiosidade do leitor. Considero importante o uso da criatividade para o complemento de toda uma descoberta no mundo da escrita e da leitura, levando ao leitor um momento de fascinação do conhecimento.
Pétira Maria Ferreira dos Santos, professora da UFRR.
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