Dia do Historiador é comemorado nesta quinta-feira
Fotos: Arquivo Pessoal/Victor Mattioni
Nesta quinta-feira (19) é comemorado o Dia do Historiador e da Historiadora, profissional que ultrapassa as barreiras do tempo, estudando passado e presente e contribuindo para o futuro. “Todo o indivíduo é um historiador por natureza quando o mesmo é incentivado a pesquisar, analisar as informações, quer seja do passado ou do tempo presente, e construir significados”, explica Victor Mattioni, professor do curso de História da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
O curso de História é um dos pioneiros da UFRR. Fundado no ano de 1990, começou junto com a criação da Instituição. Atualmente conta com 221 discentes com matrícula ativa, além de aproximadamente 530 pessoas diplomadas, integrando o Centro de Ciências Humanas (CCH).
Como se trata de um curso de Licenciatura, o objetivo é graduar estudantes com o propósito de exercer a carreira de professor(a) na educação básica ou superior. Para que haja este incentivo, alguns acadêmicos participam do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), por exemplo.
Além disso, o curso visa incentivar a pesquisa em História por meio da produção de monografias que contribuem para estudos em vários campos, como ensino de História, História de Roraima, política, economia, culturas, religiões, memórias, patrimônios, relações internacionais e sociais, por exemplo.
Victor Mattioni, professor do curso de História, graduado em História (UFRR) e mestre em Sociedade e Fronteiras (PPGSOF/UFRR) nos concedeu entrevista sobre o historiador e a historiadora e sua importância para o mundo. Confira:
1. O que é ser um(a) historiador(a)?
Ser um(a) historiador(a) é assumir um compromisso com a sociedade de valorizar e analisar, no sentido crítico, o que o ser humano produziu desde a sua origem e auxiliá-la a não esquecer. Ou seja, entre as funções sociais de um(a) historiador(a) está estimular a preservação das fontes, lançando olhares em várias direções a temas e fatos para que a sociedade entenda as suas origens e busque melhorar sempre visando o bem comum da sociedade, o respeito, a ética.
Cabe ressaltar que a função social do historiador está para além das licenciaturas e dos bacharelados nas áreas. Todo o indivíduo é um historiador por natureza quando o mesmo é incentivado a pesquisar, analisar as informações, quer seja do passado ou do tempo presente, e construir significados
2. O profissional da História é um pesquisador por essência, que conhece, registra e analisa os processos de construção do presente em diversos prismas (cultural, econômico, político, social etc.), lidando com questões complexas e abstratas da produção humana, qual sua importância para as sociedades atual e futura?
Ótima pergunta. É preciso compreender que a função social do(a) historiador(a) está em colaborar com a sociedade apresentando uma dimensão histórica dos acontecimentos do tempo presente e do passado para além do senso comum.
Diante de uma sociedade contemporânea cada vez mais imediatista quanto a busca por respostas a questões do cotidiano, a profissão passa a receber mais atenção uma vez que somos consultados a apresentar um entendimento sobre o que está acontecendo, suas origens no passado, apresentando fontes, fragmentos que são desconhecidos por parte da população, mas que nos ajudam a entender uma parte dos fatos.
3. Fale sobre a profissão.
Com a lei 14.038/2020, que regulamenta da profissão de Historiador(a) no Brasil, uma conquista merecida, espera-se que o trabalho receba mais prestígio e, principalmente, respeito aos que atuam nesta área e visam contribuir para a sociedade.
Diante da dificuldade para obter recursos para pesquisa e ensino, além dos preconceitos aos que exercem este trabalho, ser historiador(a) não é uma área de atuação fácil, pois exige tempo, paciência e perseverança. No entanto, apesar de todas as dificuldades, sabe-se da importância da nossa função profissional. Por este motivo, desejamos a valorização da História a partir dos lares, e fortalecidas na educação básica e superior por meio de programas de incentivos aos estudos em História e conciliando com outras áreas do conhecimento.
Além disso, cabe ao(à) historiador(a) buscar capacitações para conciliar a sua profissão com as tecnologias, em especial as digitais, para divulgar as suas produções, alcançando diferentes públicos com vistas a estimular a busca pelos campos da História, seja para estudos ou por curiosidade. E isto já está acontecendo, pois, como cita Jaime Pinsk: “as pessoas gostam de História, este é um fato”. Logo, que possamos incentivar a formação de novos historiadores.
Parabéns a todos os historiadores e historiadoras do Brasil e do mundo.
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