UFRR contrata serviços de apoio agrário para os campi Cauamé e Murupu

O reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), professor doutor José Geraldo Ticianeli assinou, na última sexta-feira (18), contrato para serviços de apoio agrário aos campi Cauamé e Murupu, para as funções de vaqueiro, trabalhador agropecuário em geral e tratador de animais. O ato ocorreu no campus Cauamé. 

Até então, os campi Cauamé e Murupu, que concentram as demandas por esses profissionais, estavam sendo atendidos de forma insuficiente, por servidores terceirizados, professores e alunos em atividades pedagógicas. 

O Cauamé fica na área do Monte Cristo (aproximadamente 15 km de distância da região central de Boa Vista), enquanto o Murupu está localizado no projeto de assentamento Nova Amazônia (cerca de 35 km). 

O documento assinado após processo licitatório realizado pela Pró-reioria de Administração (Proad), foi para contratação de dois vaqueiros, dez trabalhadores agropecuários e um tratador de animais. A vigência do contrato será de 12 meses, prorrogáveis por até 60 meses. O valor total da contratação anual é de R$ 475.920,36. 

Conforme a pró-reitora de Administração, Aline Leal, o contrato vai possibilitar que servidores dos campi Cauamé e Murupu melhorem as atividades fim, deixando de fazer as atividades mais operacionais. “Esse apoio agrário dá qualidade para o trabalho dos alunos e professores, trazendo um conforto maior para que eles consigam desenvolver suas atividades”, frisa. 

O reitor da instituição, professor José Geraldo Ticianeli também ressaltou a importância do contrato para as atividades da UFRR. “Isso vai permitir que possamos ter terceirizados que vão cuidar dos animais, da lavoura, da cadeia produtiva, possibilitando que a atividade fim da Universidade funcione de forma plena, através do ensino, da pesquisa e da extensão”. 

Diretores dos campi beneficiados relatam importância do contrato e descrevem atividades desenvolvidas nos locais 

Conforme o professor doutor Jandiê Araújo, diretor da Escola Agrotécnica (EAgro) localizada no campus Murupu, a contratação desse serviço operacional de campo fará com que setores agropecuários fiquem em pleno funcionamento, realizando todos os manejos animais e tratos culturais necessários para que se tornem mais didático-pedagógico, produtivos e rentáveis. 

“Em um campus agropecuário, a mão de obra é um fator imprescindível para a manutenção e crescimento dos setores de produção. Assim, os professores poderão instalar seus projetos para ensino e pesquisa, tendo a certeza de que temos funcionários para cuidar de todos os manejos necessários. Além de criarmos uma perspectiva de parcerias com fundações para gerenciamento e comercialização dos produtos obtidos desses setores, gerando uma receita para a instituição e investimentos na própria unidade”, ressalta Araújo. 

As principais atividades realizadas no Murupu estão relacionadas ao setor de produção animal, como criação de aves, bovinos, ovinos, suínos e peixes, além de apicultura. E ao setor de produção vegetal, com tratos culturais intensivos, como preparo do solo, plantios, capinas, irrigação, adubação e colheita.  

Na produção vegetal, a fruticultura conta com 1,0 hectare de citros e 0,5 hectare de banana. No setor de olericultura estão os ambientes protegidos (4 estufas), com alface, coentro, cebolinha, tomate e pepino. Em campo aberto, o local tem plantio de melancia, melão, abóbora, batata-doce, jiló, feijão-verde, milho-verde, couve-folha, repolho, pimenta e pimentão.  

O diretor do Centro de Ciências Agrárias (CCA), localizado no Cauamé, professor doutor Beethoven Barbosa, também ressalta que os novos funcionários irão colaborar para o desenvolvimento de pesquisas e a prevenção de incêndios na região.  

“Os profissionais vão atuar mais na parte das áreas que nós temos pesquisas. De acordo com as áreas do conhecimento nas Ciências Agrárias, nós desenvolvemos fruticultura, gramicultura e temos pastagens, todas essas áreas sofrem manejo. Estamos em uma área que ocorre muitos incêndios, na região do Monte Cristo, e a manutenção também é importante na prevenção de incêndios”, destaca Barbosa. 

Conforme o diretor do CCA, o local possui em torno de 40 hectares com pasto e 15 hectares de áreas para atividades agrícolas, com plantio de culturas. Os funcionários também auxiliarão com a limpeza do campus, no acesso aos locais onde são realizadas as aulas práticas e no manejo do rebanho bovino.  

Com o reforço profissional, a previsão é de aumentar a criação bovina e implementar outras criações de animais. No local também está sendo construída uma clínica veterinária que precisará dos serviços contratados. Ao todo, o Cauamé possui cerca de 575 hectares. 

Outras ações - Durante a assinatura do contrato, o reitor da UFRR, professor José Geraldo Ticianeli anunciou outras ações que vão trazer melhorias para o Cauamé e o Murupu. Está prevista a revitalização de todos os blocos, gerando conforto e segurança em relação a infraestrutura e a revitalização do asfalto nos dois campi. No campus Murupu também será construído o centro de convivência.  

“Com isso, nós podemos oferecer atividades que agreguem valor à comunidade dos assentados. Lembrando que a Escola Agrotécnica é a única escola do país dentro de uma área de assentamento, então nós precisamos trazer essa população para dentro da Universidade, oferecendo capacitações, atividades lúdicas, para que eles consigam vivenciar uma vida acadêmica”, destaca o reitor. 

Campi - O campus Cauamé abriga o Centro de Ciências Agrárias (CCA), onde funcionam os cursos de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia, além ofertar mestrado e doutorado em Agronomia. Situado na zona rural de Monte Cristo, às margens da BR 174, no local também funcionam os Departamentos de Solos e Engenharia Agrícola e de Fitotecnia. A contribuição do campus é expressiva nas ações de pesquisa científica, atuando na consolidação dos grupos de pesquisa da UFRR, decorrente da ampliação do quadro de doutores na instituição. 

Também na área rural de Boa Vista, o campus Murupu possui a Escola Agrotécnica, EAGRO, voltada especialmente à comunidade rural do Estado, com atividades desenvolvidas para o ensino médio e técnico. Tem por missão formar técnicos agrícolas, atendendo a uma das demandas prioritárias para o desenvolvimento de Roraima. A Eagro oferece os Cursos Técnicos em Agropecuária, nas modalidades: Integrado ao Ensino Médio, Subsequente e Educação Profissional de Jovens e Adultos (Proeja), além do curso de Agroecologia em nível superior.