Dia Mundial do Solo – Professor da UFRR analisa desafios para conservação e preservação do recurso natural
"Mantenha o solo vivo, proteja a biodiversidade do solo". É a partir deste lema que instituições de todo o mundo estão, durante o mês de dezembro, debatendo sobre a conservação e o cuidado com o solo. As atividades são alusivas ao Dia Mundial do Solo, celebrado em 5 de dezembro.
Em Roraima, a comemoração é coordenada conjuntamente pelo Museu de Solos de Roraima (MSR) e o Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
Convidamos o professor da UFRR, José Frutuoso Vale Jr., curador do MSR, para falar sobre a data e traçar um panorama acerca da situação do solo em nosso estado, Roraima.
De que forma o Dia Mundial do Solo está sendo comemorado em Roraima?
Professor José Frutuoso Vale:
O Dia Mundial do Solo é uma data oficializada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), cujo objetivo principal é reconhecer a importância deste recurso natural nas atividades humanas, tanto no passado, como no presente. Desde o momento da evolução dos solos, a flora, a fauna, a vida de uma forma geral, passou a depender direta e indiretamente dos solos. Neste sentido, é justo e merecedor realização de homenagens a esse corpo natural, o Solo.
A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), juntamente com os núcleos regionais, tem desenvolvido uma rica programação (https://www.sbcs.org.br/). Aqui em Roraima, estamos reestruturando todo o Museu de Solos, criando um novo espaço mais confortável e interativo, objetivando atender melhor nossa sociedade de forma geral.
Sobre o Museu de Solos de Roraima (MSR), fale sobre a composição deste espaço e de que forma ele contribui para a formação dos alunos da UFRR, pesquisadores e o público em geral.
Professor José Frutuoso Vale:
O Museu de Solos de Roraima é um espaço que abriga uma coleção das principais classes de solos do nosso estado, juntamente com acervo de rochas, minerais e maquetes. Este acervo tem objetivo de levar aos visitantes dos ensinos médio, superior e pesquisadores o conhecimento sobre solos, desde sua origem até sua classificação, mostrando a importância de conservarmos este recurso natural.
O MSR já foi e tem sido objeto de pesquisa em dissertação de mestrado e trabalhos de conclusão de curso – TCC.
Conservação e cuidado do solo são as preocupações principais neste Dia Mundial do Solo. Conforme suas pesquisas, como Roraima está neste aspecto? Quais são as principais agressões praticadas contra o solo em nosso estado atualmente?
Professor José Frutuoso Vale:
Roraima é um dos estados com maior diversidade de Solos do Brasil, associada a sua riqueza em ambientes bem contrastantes (três biomas: Florestas, Savanas e Campinaranas). Esta diversidade dificulta o planejamento de ocupação e uso das práticas de manejo e conservação. Associada a esta riqueza de Solos, Roraima é muito carente de estudos mais detalhados dos solos, com escalas que permitam melhor planejamento.
Precisamos realizar levantamentos mais detalhados dos Solos e adotar o Sistema de Classificação que visa melhor aptidão das terras. A falta destes estudos mais detalhados dos solos, levam a ocupação de solos muitas vezes inaptos para as culturas ali instaladas e consequentemente seu uso e manejo comprometidos.
Quais são as perdas que podemos ter em função da falta de cuidado com o solo? E quais seriam suas orientações no sentido de evitarmos um futuro colapso?
Professor José Frutuoso Vale:
Um solo leva milhares ou milhões de anos para atingir sua maturidade e o homem pode degradá-lo em poucos anos com o uso inadequado e o mal manejo. As principais perdas são na sua constituição mineral e orgânica, através principalmente por processos de erosão. Neste sentido, para evitar ou minimizar essas erosões, é preciso adotar práticas de manejo e conservação dos solos e água.
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