Pesquisadora da UFRR participa do maior estudo sobre vigilância genômica da Covid-19 na América Latina
A revista Science, uma das mais conceituadas publicações acadêmicas do mundo, publicou nesta quinta-feira (23) os resultados do maior estudo sobre vigilância genômica da Covid-19 na América Latina. Focado na dispersão do vírus no Brasil, o trabalho é responsável pelo sequenciamento de 427 genomas do novo coronavírus (SARS-CoV-2) de 21 estados brasileiros.
A pesquisa é atualmente o maior estudo sobre a dispersão do novo coronavirus no Brasil, pois contempla estados das diferentes regiões do Brasil. Representante da UFRR na pesquisa, a professora Fabiana Granja, coordenadora do Laboratório de Biologia Molecular, explica que participou do sequenciamento completo e da análise das amostras de Campinas que foram realizadas no Laboratório de Estudos em Vírus Emergentes (LEVE) do Instituto de Biologia da Unicamp.
Com ela, atuaram pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo e do Centro de Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) que já haviam sequenciado a primeira amostra do novo coronavírus do Brasil.
As análises apontaram que o novo coronavírus teve mais de 100 eventos de entrada no país, concentrados sobretudo entre pessoas que voltavam da Europa e Estados Unidos. Outro resultado aponta que o fechamento de escolas e do comércio no final de março ajudou a reduzir a taxa de transmissão do vírus.
O trabalho teve início com uma atividade do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), financiada pela Fapesp.
Participam da pesquisa, além da Universidade Federal de Roraima (UFRR), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Universidade de São Paulo (USP); Universidade Federal de Minas Geral (UFMG); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Fundação Getúlio Vargas (FGV); Universidade Federal de Uberlândia (UFU); Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). Entre as instituições britânicas envolvidas está a Universidade de Oxford.
Sobre a relevância desta pesquisa para o combate ao coronavírus, Fabiana Granja afirma que a “pesquisa é importante não só pelo desenvolvimento de técnicas que podem ser aplicadas aqui em Roraima como também pela colaboração com grupos de importância nacional e internacional para que possam ser mantidos os estudos, principalmente, de vírus emergentes”.
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Na UFRR, a professora Fabiana Granja coordena laboratórios no Centro de Estudos da Biodiversidade (CBio) e no Programa de Recursos Naturais (Pronat), sendo referência nas pesquisas envolvendo vírus, com destaque para o dengue, e agora para o coronavírus.
“Os laboratórios possuem equipamentos que permitem desde a extração do DNA até o sequenciamento e têm permitindo pesquisas em diferentes níveis: graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Com esta pesquisa publicada na Science se ampliam as possibilidades de pesquisas e parcerias e nos insere no grupo de instituições que buscam entender e encontrar soluções para a pandemia da COVID-19”, afirma Marcos Vital, pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFRR.
A professora Fabiana começou a trabalhar na pesquisa em março deste ano, quando iniciou seu pós-doutorado no Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes (LEVE) do Departamento de Genética, Evolução, Microbiologia e Imunologia do Instituto de Biologia (IB) na Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP.
“As atividades primeiramente propostas seriam uma parceria técnico-científica para o desenvolvimento das atividades voltadas para as arboviroses do Laboratório de Biologia Molecular do Centro de Estudos da Biodiversidade da UFRR”, relembra.
Mas, com a chegada do novo coronavirus as atividades do laboratório foram direcionadas para o trabalho com o SARS- COV- 2, já que o laboratório é o único com nível de segurança NB3, necessário para o desenvolvimento de pesquisas com esse vírus.
CoordCom/UFRR
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