Vídeos em línguas indígenas informam sobre sintomas e formas de evitar a Covid-19
A Universidade Federal de Roraima (UFRR) produziu uma série de vídeos destinados a informar os povos indígenas do estado sobre os sintomas e as formas de evitar o contágio da Covid-19. O material foi gravado nas línguas das etnias Macuxi, Taurepang, Taurepang Pemom, Wapichana, Wai wai, Yanomami e Ye'kwana.
Os vídeos são mais uma ação da campanha “Vamos Todos Cuidar de Todos”, realizada pela UFRR para ajuda a diminuir a curva de propagação de casos do novo coronavírus. O material está sendo veiculado na TV Universitária, canal 2.1, e nas redes sociais da instituição. Também foi disponibilizado no canal da UFRR no youtube, permitindo seu compartilhamento por quem tiver interesse. A produção contou com o apoio do Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena, unidade administrativa e acadêmica vinculada à UFRR.
A articulação dos contatos entre a UFRR e os indígenas ficou a cargo de Ananda Machado, professora do Insikiran. Ela explica que o instituto pretende continuar incentivando a produção de informações nas línguas dos povos originários.
“Num momento sensível como este, com a ameaça do Coronavírus, a gente se vê completamente vulnerável e os povos indígenas estão mais vulnerabilizados ainda. Aquele indígena que não entende português precisa e tem o direito de ter uma explicação na língua dele”, afirma Ananda. Os participantes dos vídeos são integrantes de organizações indígenas que estão em Boa Vista. Eles traduziram os textos produzidos pela UFRR e se filmaram com celulares, explica a professora. “A UFRR é formada por estes grupo específicos da sociedade. Temos muitos alunos indígenas, falantes de várias línguas”, complementa.
Sobre a iniciativa dos vídeos, Paulo César Reis, diretor da Rádio e TV Universitária, avalia que a TV Universitária cumpre o papel da TV pública, que é o de comunicar buscando atingir o maior número possível de pessoas. “Este projeto é muito importante, pois leva informações sobre a Covid-19 para todas as comunidades, independente de sua classe social e de sua etnia”, afirma Reis.
Para Eliandro Wapichana, participante das gravações, a iniciativa da UFRR é importante por proporcionar informações nas línguas de cada etnia e facilitar a compreensão das mensagens. “A divulgação nas línguas indígenas proporciona mais compreensão pelos povos que não entendem a língua portuguesa”, diz.
Conforme o professor Geraldo Ticianeli, reitor da UFRR, a iniciativa dos vídeos é fundamental para Roraima, que é o estado com o maior percentual proporcional de indígenas do Brasil. "Não podemos nos furtar de levar informações sobre a pandemia ao maior número possível de comunidades. A informação e o conhecimento são as principais armas para a prevenção desta doença e a UFRR tem a obrigação social de esclarecer à todos, em especial às populações mais vulneráveis, como os indígenas", afirma Ticianeli.
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