Entenda a produção de EPIs pelos alunos da UFRR
Dentre as ações desenvolvidas no âmbito da Universidade Federal de Roraima (UFRR), o desenvolvimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) de baixo custo pelos alunos do curso Medicina tem demonstrado alta capilaridade, desencadeando uma onda de solidariedade e voluntarismo, onde vários segmentos da comunidade têm colocado à disposição dos desenvolvedores do projeto força de trabalho, recursos físicos e insumos. Para esclarecer os fluxos de apoio ao referido projeto, a Pró-reitoria de Ensino e Graduação (PROEG) vem detalhar a ação, abaixo descrita por seus autores e executores, que estarão disponíveis para orientar àqueles que desejarem dar suporte à iniciativa.
O projeto se chama O que fazer quando não há mais o que fazer? Projeto de Produção de EPI's pelos alunos de graduação em Medicina da UFRR, de autoria dos discentes: Adriana de Lima Moreira; Alexia Mahara Marques Araujo; Ana Cecília Marques de Luna; Camila Melo Pereira; Fernanda Pacheco de Souza; Joana de Sousa Resende; João Victor Cardoso Bentes; Lourival Lucas Resende Balmante; Lucas Cael Azevedo Ramos Bendaham; Lucas Oliveira Lima; Marycassiely Rodrigues Tizolim; Natalie Rebeca Costa. Os professores Ruy Guilherme Silveira de Sousa e Ellen Tatiani de Souza Weimann são os orientadores.
A pandemia do COVID-19, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março deste ano, é considerada um problema de saúde pública global, pois trata-se de um vírus respiratório com alta velocidade de disseminação, sem intervenção medicamentosa eficaz comprovada. Essa característica propiciou um colapso financeiro e assistencial dos sistemas de saúdes de diversos países, devido ao aumento desordenado de internações hospitalares prolongadas.
Em Roraima, a crise atual soma-se a uma estrutura previamente debilitada no quesito de oferta de EPIs para os profissionais de saúde, recomendados pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa). Esta realidade coloca em risco o grupo que atua na linha de frente contra o novo Coronavírus, o que pode resultar em menos mão de obra especializada trabalhando e mais pacientes com necessidade de assistência hospitalar.
Diante desse cenário, alunos da Universidade Federal de Roraima (UFRR) desenvolveram um projeto piloto, entre os dias 24 e 28 de março deste ano, de produção de EPIs artesanais, de baixo custo e qualidade comparável, englobando protetor facial, máscara de proteção e avental. O modelo do protetor facial foi criado a partir de protótipo da Universidade Federal do Acre (UFAC), sofrendo algumas adaptações de acordo com materiais disponíveis na cidade de Boa Vista-RR, produtividade e custo. O protótipo apresentou boa área de proteção, conforto e adaptação aos usuários.
Por outro lado, o modelo da máscara facial foi de criação autêntica dos alunos, seguindo as especificações da Resolução nº 356 da Anvisa, de 23 de março de 2020. Após diversas adaptações, o modelo final foi denominado MRR12 pelos participantes do projeto. O protótipo foi submetido a testes, entre eles o de conforto e adaptação à face e o de fluidos com riboflavina, no qual o líquido era borrifado do lado externo da MRR12 e posteriormente observava-se se o líquido teria atingido a camada interna. Em ambos, a máscara apresentou bons resultados, similares à N95, indicando efetividade contra contágio por gotículas, principal via de infecção pela COVID-19.
Durante o projeto piloto foram produzidos 400 protetores faciais e 180 MRR12, dentre os quais parte foi doada para a capacitação de alunos da UFRR e o restante para hospital local. Na fase final, foi confeccionado o avental, seguindo-se o modelo da Universidade Federal do Piauí, o qual sofreu adaptações para um melhor ajuste e área de proteção corporal. Posteriormente, surgiu a ideia de confeccionar botas de proteção, a fim de fornecer uma paramentação completa para os profissionais de saúde. A partir daí foi criado um protótipo, o qual ainda se encontra na fase final de aperfeiçoamento.
Após a confecção foram realizados cálculos de custo e produtividade, de forma a confirmar a possibilidade de fabricação em larga escala. Os EPIs produzidos durante o projeto piloto apresentaram custo de fabricação médio correspondente a menos de 30% do preço atual de mercado. Com relação à velocidade de produção, também foram obtidos bons resultados, a exemplo do face shield, com produção média de 22 unidades por hora com apenas 12 voluntários e quantidade limitada de insumo material.
Finalizada a primeira etapa, estima-se iniciar uma nova produção a partir de hoje (6/4), na qual participarão mais voluntários, entre alunos, costureiras e outros interessados. Essa segunda fase será colocada em prática a partir da doação de materiais por indivíduos da comunidade ao Centro Acadêmico de Medicina (CAMED), instituição independente. Também serão realizados empréstimos de máquinas de costura, grampeadores e outros materiais essenciais, além da capacitação dos voluntários e subsequente produção.
Associada à confecção independente, o projeto passou a firmar parcerias com diversas instituições, tal qual o Exército brasileiro, a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (SEJUC) e a Secretaria do Trabalho e Bem Estar Social (SETRABES). Tais organizações irão produzir EPIs em suas dependências, com trabalhadores autorizados, somando forças em prol de um objetivo em comum.
Nesse contexto, o propósito principal da ação é dar suporte aos serviços de saúde do município Boa Vista-Roraima, em razão da alta demanda associada à escassez desses recursos. Visa-se, também, reduzir os índices de contaminação entre pacientes COVID-19 positivo e trabalhadores do ambiente hospitalar. É indispensável ressaltar que a MRR12 não tem como finalidade substituir a N95, mas trata-se de uma solução para uma situação de solução não ideal.
Abaixo segue a lista de alunos, coordenadores, atribuições e contatos:
- Coordenação geral:
- Adriana de Lima Moreira - máscaras
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Telefone e WhatsApp: (95) 98126-5130
- Alexia Mahara Marques Araujo – protetores faciais
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Telefone e WhatsApp: (95) 98106-6612
- Joana de Sousa Resende – aventais e botas
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Telefone e WhatsApp: (86) 98124-4377
- Coordenação Científica:
Lourival Lucas Ribeiro Balmante
Camila Melo Pereira
- Coordenação de Mídia e Finanças:
João Victor Cardoso Bentes
Marycassiely Rodrigues Tizolim
Ana Cecilia Marques De Luna
- Coordenação De Produção:
Lucas Oliveira Lima
Natalie Rebeca Costa
Fernanda Pacheco De Souza
Lucas Cael Azevedo Ramos Bendaham
Supervisão Geral: Prof. Ruy Guilherme Silveira de Souza
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