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Baixo Rio Branco – Visita de campo da UFRR identifica comunidades abandonadas e propõe projetos de desenvolvimento local

Published: Thursday, 25 October 2018 17:50 | Last Updated: Wednesday, 21 July 2021 11:22

Uma equipe de professores, técnicos e pesquisadores da UFRR, que compõe o projeto “Baixo Rio Branco: Potencialidades e Vivências”, elaborado pelo Instituto de Geociências (IGEO/UFRR) e vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Federal de Roraima (PRPPG) e a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e Extensão (PRAE) realizaram de 11 a 23 de outubro de 2018, a primeira expedição geográfica às comunidades ribeirinhas pertencentes aos municípios de Caracaraí e Rorainópolis.

Foram visitadas as comunidades de Santa Maria do Boiaçu, Santa Maria Velha, Sacaí, Lago Grande, Terra Preta, Canauini, Cachoeirinha e Caicubí. Em todas as comunidades foram realizadas reuniões com os moradores e lideranças locais; aplicados formulários de pesquisa nas áreas sociais, econômicas e ambientais; anotações de campo; gravações de entrevistas e registros das memórias por meio de audiovisual.

O projeto tem como objetivo fortalecer as pesquisas científicas já desenvolvidas na região pela instituição, direcionando os estudos para a dimensão da Geografia Humana e o turismo de base local, com a possibilidade de abertura de novos diálogos transdisciplinares.

Por meio dos formulários de pesquisa, a equipe catalogou informações que permitem planejar projetos ambientais, sociais, econômicos, turísticos e geohistóricos. Outras atividades estão previstas, como novas publicações sobre o baixo Rio Branco, mapeamento e geoprocessamento das comunidades e criação de banco de imagens, com fotografias aéreas, subaquáticas e filmes de curta e média duração.

Pesquisa de Mestrado – O projeto agrega também o trabalho de pesquisa intitulado “Dinâmica de Produção e Reprodução do Espaço Territorial da Comunidade Ribeirinha de Santa Maria do Boiaçu, na região do Baixo Rio Branco, município de Rorainópolis (RR)”, desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO/UFRR).

A pesquisa está sob responsabilidade da mestranda em Geografia (PPGEO/UFRR), Sandra Lauriano, sob orientação do professor doutor Antônio Tolrino de Rezende Veras (IGEO), que também é diretor do instituto de Geociências (IGEO/UFRR) unidade responsável pelas atividades do projeto. O foco da pesquisa de mestrado é analisar a dinâmica de produção e reprodução no espaço territorial daquela comunidade.

A ideia é compreender as práticas de uso e ocupação espaciais da comunidade e as sinergias polarizadoras em relação às demais comunidades existentes no seu entorno, considerando a importância dos sistemas de objetos e ações existentes. As categorias de análise geográfica, como o espaço e território constituem o embasamento teórico da pesquisa.

Aprendizado com os ribeirinhos - Professor Veras explicou que, com este projeto, a UFRR consolida a presença da instituição no multifacetado e sociodiverso Baixo Rio Branco, permitindo o diálogo com os moradores da região. “É somente ouvindo as pessoas que vivem lá que será possível pensarmos projetos para promoção do desenvolvimento e geração de renda. A UFRR já é uma parceira na construção de alternativas sustentáveis para essas comunidades”, disse o professor Veras.

O jornalista Éder Rodrigues, da Coordenadoria de Comunicação da UFRR, ressaltou que outros pesquisadores e professores já têm feito excelentes trabalhos na região e com este projeto surge a possibilidade de agregar os conhecimentos para ações institucionais futuras. “Tive a honra de conhecer uma Amazônia singular. O Brasil caboclo-ribeirinho e sua relação com o ambiente que tem muito a nos ensinar na dimensão da sustentabilidade e em acolhimento. Ali as famílias vivem uma luta solitária contra a ausência das políticas públicas, mas a favor da preservação do lugar em que vivem”, completou Rodrigues.

O fotógrafo da UFRR, Roberto Carlos Caleffi também participou da expedição e apresentou nas comunidades, durante reunião com as lideranças locais, o projeto “Papel do baixo Rio Branco”, que será submetido este ano ao BNDES, por meio de edital de patrocínio. Se aprovado, poderá favorecer a economia local de várias comunidades, por meio da fabricação de papel extraído e produzido a partir do pseudo-caule da bananeira.

Além da assistência técnica, oficinas, compra de maquinários, transporte e equipamentos para a produção, o projeto prevê a geração de renda com a compra das folhas produzidas pelas comunidades. O material adquirido será destinado à produção e impressão de mil livros contendo a história do projeto, as memórias das comunidades visitadas e álbuns fotográficos temáticos da região do baixo rio Branco. Os projetos, ações e atividades propostas pela UFRR foram bem recebidos pelos moradores das comunidades visitadas.  

O professor doutor Giovanni Seabra, do curso de Pós-graduação em Geografia da UFRR (PPGEO/UFRR), compartilhou muitas experiências na área do turismo e de projetos econômicos sustentáveis que conhece ou que ajudou a implementar na região nordeste do Brasil e em outras partes do mundo. Ele destacou que todas as comunidades têm a necessidade, por exemplo, de estruturação dos arranjos produtivos locais e ampliar, neste particular, a dimensão do turismo de base local, atividade de grande interesse dos ribeirinhos, mas que exige capacitação e profissionalização. "Este projeto tem grande importância porque permite avaliar a qualidade de vida e os modos de produção das comunidades ribeirinhas. Ao iniciarmos a viagem de 12 dias, nos impressionou a colossal massa hídrica oriunda das montanhas setentrionais do Brasil, na fronteira com a Guyana e Venezuela em uma extensão de 1.300 quilômetros até a confluência com o Rio Negro", explicou. 

Professor Seabra ainda destaca que pela observação das relações humanas, da produção e da grande diversidade de ecossistemas envolvidos diretamente com o rio, "há a necessidade de garantir a integridade do manancial hídrico por meios da educação ambiental, da criação e consolidação de unidades de conservação pela implantação de mecanismos de fiscalização e monitoramento e proteção ambiental", salientou.

A equipe agradece ao apoio da Reitoria, Vice-reitoria, Pró-reitoria de Pós-graduação (PRPPG), Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e Extensão (PRAE), Rádio e TV Universitária (RTU) e Coordenadoria de Comunicação (Coordcom).

Outras Informações: 3621.3162 (IGEO/UFRR). 

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