ENADE: Administração Superior esclarece limitações nas análises e destaca que Medicina é um dos melhores cursos da região Norte
A pró-reitora de Ensino e Graduação, professora Lucianne Vilarinho, e o reitor da UFRR, Jefferson Fernandes, tiraram dúvidas de alguns órgãos de imprensa sobre o assunto
O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação, ingressantes e concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos cursos em que estão matriculados. O exame é obrigatório para os alunos selecionados e condição indispensável para a emissão do histórico escolar. A primeira aplicação ocorreu em 2004 e a periodicidade máxima da avaliação é trienal para cada área do conhecimento.
A UFRR esclarece que na análise dos números do ENADE para os cursos da instituição é importante que seja observado o quantitativo dos alunos inscritos e o quantitativo daqueles que fizeram as provas, considerando que há particularidades quanto aos cursos, os quais têm ingresso anual ou semestral e os seus calendários diferenciados.
O Indicador de Diferença dentre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) tem instrumentos de análises com características próprias que contribuem para o ENADE. O MEC faz avaliações do aluno que entra e que sai, fazendo um comparativo entre a nota do aluno na entrada da universidade que é o ENEM e a nota que o aluno obteve no ENADE. No entanto, as análises são feitas de forma geral em todas as instituições, fato que pode homogeneizar e desconsiderar as singularidades das IFES.
O Conceito Preliminar de Curso (CPC) é um indicador com mais variáveis. Considera, por exemplo, a formação dos alunos, o IDD, dados do corpo docente, a infraestrutura e as práticas pedagógicas da instituição de ensino. A homogeneização e critérios utilizados para todas as IFES na produção dos indicadores têm permitido avaliações com resultados que podem provocar questionamentos por parte dos gestores e da comunidade acadêmica.
Medicina - A UFRR esclarece que, por exemplo, o curso de Medicina da UFRR tem alcançado notas estáveis em seu histórico no ENADE, sendo bem avaliado. De 1 a 5, o curso alcançou em 2007, nota 3; em 2010, nota 4; em 2013, nota 3, em 2016, nota 3. "A nota é estável, mas temos o CPC que integra o ENADE e o IDD que compõe o CPC faz esse comparativo da entrada do aluno na universidade no ENEM e a nota no ENADE. Os índices tentam fazer uma perspectiva de quanto o aluno se desenvolveu dentro da instituição, esse é um ponto a esclarecer", alerta a pró-reitora de Ensino e Graduação, professora Lucianne Vilarinho.
Ela aponta que dos 25 alunos aptos do curso de Medicina para realizarem a prova do ENADE, 24 fizeram. "O IDD vai reportar a nota obtida no ENEM destes 24 que fizeram a prova do ENADE. No entanto, o curso de Medicina tem 80% das vagas direcionadas para o ingresso por meio do vestibular normal, processo escolhido pela gestão para valorizar o estado e a entrada, sobretudo, da região, que é um diferencial da UFRR. A universidade garante 80% das vagas para o nosso vestibular local", explicou Vilarinho.
Somente 20% das vagas são direcionadas para ENEM. "Apenas dois alunos neste período que fizeram o ENADE ingressaram pelo ENEM. Dos 25 aptos, apenas dois entraram via ENEM. Esses alunos que ingressaram pelo nosso vestibular não são contabilizados para o IDD. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) não registra este número, sendo usado para todas as universidades do Brasil", disse.
A Administração Superior assinala que o curso de Medicina é importante para a região e é relevante garantir 80% da vagas, mesmo que os dados não apareçam no MEC. "No Fórum dos Pró-reitores de Graduação temos verificado que a taxa de evasão dos alunos provenientes do sistema SISU (ENEM) em sido muito maior. Muitas universidades que já tinham desmontado a Comissão Permanente de Vestibular (CPV) e, por causa disso, estão refazendo, porque cada curso tem uma condição própria, singular que deve ser analisada. O MEC avalia como se todos os alunos ingressassem via ENEM. Mesmo que o índice seja baixo no IDD, acreditamos que o benefício à população supera qualquer contratempo", destacou a pró-reitora.
O reitor da UFRR, professor Jefferson Fernandes explica que o curso de Medicina é elogiado em qualquer região do país. "Nos fóruns nacionais e regionais o curso de Medicina é o melhor da região Norte. Como é que se explica um índice baixo como esse (IDD)? Tem uma explicação técnica que está no acesso", destacou.
Números - O curso de Medicina já diplomou 423 médicos e tem hoje 387 alunos cursando, tendo o número de vagas ampliado 28 para 80 , fato que impacta positivamente o estado e a região Norte. Além disso, a metodologia baseada em problemas, desenvolvida em vários cursos de muitos países, tem permitido um aproveitamento positivo para o curso em Roraima. "A população tem que ter orgulho do curso de Medicina. Temos um corpo docente muito bem preparado, a UFRR melhorou bastante a qualificação dos docentes e o quantitativo de contratação de docentes também melhorou", finalizou a pró-reitora.
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