Produtores agrícolas conhecem equipamento inventado por pesquisador da UFRR
Técnicos agrícolas, produtores indígenas e integrantes de cooperativas rurais de diversas partes do Estado, realizaram nesta semana uma visita ao campus Cauamé da Universidade Federal de Roraima. Na unidade, o grupo conheceu uma pesquisa que busca incentivar a produção de biomassa de forma barata e acessível.
A pesquisa é coordenada pelo professor doutor Guido Nunes Lopes, do curso de Agronomia da UFRR. Intitulada “Carbonizador cônico conjugado com módulo de extração de pirolenhoso para biomassa de interesse agronômico”, teve a patente oficializada em fevereiro deste ano pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Participaram produtores agrícolas da comunidade indígena Napoleão – município de Normandia, integrantes da Associação Hortovida e técnicos da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O encontro aconteceu na segunda-feira (5). No campus Cauamé, a UFRR mantém os cursos de Agronomia, Zootecnia e Medicina Veterinária.
O professor Guido Nunes explicou ao grupo o processo desenvolvido até chegar na invenção do carbonizador cônico conjugado e apresentou os benefícios do equipamento, entre eles a redução do tempo de carbonização de resíduos e a extração do pirolenhoso, que pode ser usado como fertilizante natural, herbicida e ativador fisiológico do solo, entre outras utilidades. Depois da explicação teórica, mostrou aos participantes o uso prático do equipamento patenteado.
A visita ao campus Cauamé foi resultado de uma articulação entre o professor Guido Nunes e o gestor em Agronegócios e radialista Paulinho Cabral, servidor da Seapa. Na avaliação de Cabral, o equipamento inventado pelo professor Guido apresenta uma tecnologia muito simples e fácil de ser empregada pelos pequenos produtores rurais.
“Como sou integrante do Fórum da Agricultura Familiar, ando por todos os municípios e vemos as carências. Este equipamento em curto prazo já afetará positivamente a agricultura familiar. Por exemplo, na agricultura urbana e periurbana, o pessoal usa muito o queimar para esterilizar os produtos que serão usados na adubação, mas a carbonização é muito mais eficiente. E outra coisa: carbonização não é proibido, a queima sim”.
Conforme o professor Guido, a ideia básica de sua invenção é reverter o processo de queima que ocorre no Estado e provoca problemas sociais graves. “A queima resulta em danos ambientais enquanto a carbonização resulta na melhoria de produtividade”, ressalta.
Quem quiser entender como funciona o equipamento, pode agendar visita e treinamento ligando para o campus Cauamé da UFRR no telefone 3627-2898. “É interessante que o pequeno agricultor conheça o carbonizador, visto que os custos associados à produção do equipamento são baixos. Ele foi desenhado de forma que não precisa de energia elétrica nem combustível, o que permite uso eficiente nas comunidades”, destaca o professor Guido.
O projeto do carbonizador cônico foi registrado com o apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da UFRR (www.ufrr.br/nit), setor encarregado de prestar auxílio aos pesquisadores do Estado. É um dispositivo simples e de fácil utilização ergométrica para a produção de biomassa carbonizada com extração simultânea de extrato pirolenhoso, produto utilizado na agricultura familiar em países como a China, Índia e Japão.
Redes Sociais