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Comitiva vai a Pacaraima para combater abuso e exploração de mulheres

Published: Thursday, 09 February 2017 04:50 | Last Updated: Wednesday, 21 July 2021 11:19

O Comitê Estadual de Enfrentamento ao Abuso Sexual, Exploração Sexual e o Tráfico de Crianças e Adolescentes do Estado de Roraima realizou uma visita técnica ao município de Pacaraima, no último final de semana (4 e 5). O trabalho foi com o intuito de verificar a situação da cidade, após a crise na Venezuela, e se há casos de tráfico, abuso e exploração de mulheres, crianças e adolescentes.

A Universidade Federal de Roraima (UFRR) integra o Comitê, que é formado por vários representantes governamentais e da sociedade civil. A comitiva também acompanhou uma equipe da TV Aparecida (São Paulo) que está realizando uma série de reportagens sobre a mulher na Amazônia, com provável exibição em abril.

Pacaraima fica no nordeste de Roraima, na fronteira com a Venezuela. Distante cerca de 220 quilômetros da capital Boa Vista, o município é uma das principais rotas de entrada e saída para o tráfico de pessoas e exploração sexual.

“Pacaraima é uma cidade que a Universidade já teve outras atividades de pesquisa e de extensão nessa área de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes. A nossa vinda foi também para que pudéssemos reestabelecer os vínculos com o município e com o movimento, para essa atividade de enfrentamento, tendo em vista que o Comitê tem amplitude estadual”, declarou Flávio Corsini Lirio, professor e diretor do Centro de Educação da UFRR e coordenador do Comitê.

Para Socorro Santos, ativista na área de proteção da criança, do adolescente e da mulher em Roraima desde 1993, houve progresso até os dias atuais. “O primeiro caminho foi mapear a rede e chamar para conversar, de que forma cada um atua no fortalecimento das ações. A partir dessa idealização, começamos a trabalhar e juntar os movimentos que nós hoje temos. Atualmente, temos o Fórum de Defesa da Criança e o Comitê de Enfrentamento”, destacou ela, que agora atua no Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento das Vítimas de Tráfico de Pessoas, da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa.

No entanto, Socorro frisou que ainda existem muitas dificuldades a serem superadas. “O tráfico tem múltiplas faces, ele muda conforme a realidade, é dinâmico. Lembro quando atendemos uma das primeiras crianças, era uma menina que foi feita refém durante um ano. Para chegar no destino, foi transportada por três carros. Hoje em dia, os acusados utilizam apenas um carro para levar as vítimas. As pessoas devem ter cuidado com esse tipo de convite, já ouvimos de várias vítimas que foram abordadas em diversos lugares como: dentro de vans, ônibus, nas redondezas da rodoviária ou da escola”, frisou.

O professor Flávio também ressaltou os problemas, principalmente a falta de diálogo com o Governo de Roraima. “As dificuldades que a gente tem é ter um diálogo mais próximo com o governo estadual, que ainda não recebeu o Comitê. A Setrabes recebeu uma única vez. Solicitamos mais de uma vez audiência com a governadora, para conversar sobre essa questão do enfrentamento ao tráfico, ao abuso sexual, sobre a forma que o Governo pode colaborar, mas não tivemos êxito nessa articulação e não fomos recebidos pela governadora”, disse.

Atuação da Universidade – O professor Flávio Corsini, destacou que a Universidade tem colaborado desde o início do Comitê, com representação e atuação no combate ao abuso sexual, exploração sexual e o tráfico de crianças e adolescentes.

“[A Universidade] também atua com o trabalho de extensão e de formação, com as atividades de pesquisa. Temos um grupo de trabalho e a sensibilidade da Administração Superior da Universidade que sempre atende nossas demandas e pedidos de apoio para realização das nossas atividades”, disse.

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