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Instituto Insikiran é tema de tese de doutorado

Published: Monday, 06 February 2017 04:00 | Last Updated: Wednesday, 21 July 2021 11:19

O Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena da Universidade Federal de Roraima (UFRR) foi tema de pesquisa de doutorado do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A tese “Insikiran: da política indígena à institucionalização da educação superior” foi defendida em janeiro deste ano.

Professor da UFRR desde 2004, o professor Marcos Antonio Braga de Freitas, do Curso de Licenciatura Intercultural, responsável pela pesquisa, explicou que o objetivo foi estudar a educação escolar indígena, com enfoque para a experiência da Educação Superior desenvolvida e institucionalizada no âmbito da UFRR, pelo Insikiran.

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“Trata-se diretamente de uma temática sobre as relações de poder e status social que envolve a formação profissional indígena no contexto do Insikiran, a partir da experiência do Curso de Licenciatura Intercultural, criado em 2002, como resultado das demandas políticas dos movimentos indígenas de Roraima que reivindicaram o acesso à educação superior”, explicou o pesquisador.

A banca avaliadora aprovou a tese orientada pela professora Iraildes Caldas Torres, defendida no dia 18 de janeiro deste ano, na Ufam. O professor Carlos Alberto Marinho Cirino, da UFRR, participou da banca, composta também pelos professores da Ufam, Marilene Corrêa da Silva Freitas e Alfredo Wagner Berno de Almeida, além da professora da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Eglê Betânia Portela Wanzeler.

A temática indígena entrou na vida do pesquisador quando ainda cursava a graduação em Ciências Sociais, nos anos de 1991/1994, na Universidade Federal do Ceará (UFC). Depois o professor desempenhou o cargo de antropólogo da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Manaus, entre os anos de 1997-1999, momento em que vivenciou a educação escolar indígena no Amazonas. “A partir daí comecei a mergulhar nos processos educacionais das políticas indigenistas e indígenas”, frisou.

O professor destaca que esta trajetória profissional permitiu que ele aprofundasse os conhecimentos sobre etnicidade, identidade étnica e territorialidade, potencializado pelo estudo de mestrado que realizou sobre os Kokáma do Alto Solimões, Amazonas, com a defesa da dissertação em 2002.

“A temática indígena faz parte da minha trajetória de pesquisador na Amazônia, sendo que a educação escolar me fascinou como locus de investigação científica, tendo como inquietação epistemológica o sentido político e cultural do Insikiran na vida dos povos indígenas de Roraima”, disse Marcos Braga.

Com isso, a pesquisa verifica a contribuição trazida pelo Insikiran às comunidades indígenas no que diz respeito ao processo de educação escolar, apontando os aspectos de desenvolvimento social a partir da experiência da formação de professores indígenas egressos da Licenciatura Intercultural da UFRR, e sua inserção nas escolas de suas comunidades.

Pesquisa - A tese está centrada no tema do protagonismo da educação escolar indígena que assume o propósito de contextualizar de forma analítica a criação do Insikiran no âmbito do acesso dos indígenas à educação superior na Universidade Federal de Roraima – UFRR, dando especial relevo aos impactos e contribuição deste Instituto na vida destes povos (Macuxi, Wapichana, Taurepang, WaiWai, Ye’kuana, Ingaricó, Patamona, Sapará e Yanomami), e suas comunidades na região do lavrado roraimense.

Marcos Braga frisa que a pesquisa pretende colaborar com a formulação e avaliação de políticas indigenistas educacionais no âmbito da educação superior em atenção aos povos e comunidades indígenas de Roraima; além de perceber o reflexo da formação profissional de indígenas no Insikiran e suas implicações na prática docente da escola e comunidade, organizações indígenas e instituições governamentais.

Outra questão relevante, destaca o pesquisador, é compreender como a educação superior pode contribuir para os projetos societários nas políticas indígenas desses povos, respeitando os processos identitários e valorização cultural com vistas a autonomia social e política.

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