Curso de Comunicação Social comemora 25 anos

Entrar na internet e ler uma notícia, ler o jornal impresso tomando café, parar para ouvir o rádio ou assistir TV no finalzinho da tarde. Se identificou com alguns desses exemplos? Esse é o hábito da maioria da população. Todo dia somos informados sobre os acontecimentos em nosso estado, no Brasil e no mundo pelos jornalistas. Estes profissionais têm o árduo papel de explicar em detalhes o que está acontecendo para os receptores.

Mas não é uma tarefa fácil. É por isso que a Universidade Federal de Roraima (UFRR) tem buscado exigir habilidades dos estudantes através do curso de Comunicação Social, que comemora seus 25 anos entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro (Confira a programação no final desta matéria).

O CURSO - O caminho para a consolidação em Roraima do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo foi cheio de obstáculos.

A história de vida e carreira da professora doutora Goreti Leite se confunde com a fundação do curso. Um casamento de bodas de prata, regado a muito amor à notícia. Ela saiu de Fortaleza (CE) em busca de oportunidades no extremo norte do Brasil e começou a dar aula no dia 13 de março de 1991.

De lá pra cá, Goreti ministrou mais de 50 disciplinas para os alunos de Comunicação Social. “ O curso surgiu nos anos 90 para capacitar a mão de obra.Muitos entravam na área, mas precisavam da graduação e de conhecimentos teóricos e técnicos. Com muito suor e desafios, vencemos as adversidades do curso.No início, não tínhamos sequer lousas para escrever e nós mesmos fazíamos a limpeza das salas de aula”, conta,  emocionada, a professora.  

Goreti reforça ainda que a luta ainda continua: “precisamos estruturar mais os laboratórios e já temos demanda suficiente para o ensino de pós-graduação”, diz.

Na nossa busca pela história do curso, a próxima parada foi com a jornalista Lena Fagundes, uma das primeiras alunas de 1991 na UFRR. Ela relembra que o início foi muito difícil, pois não havia estrutura adequada e professores para ministrarem as aulas.

“Tudo era escrito à mão. Aos poucos, foram chegando professores de outros estados. No entanto, para ter uma ideia, aprendíamos as disciplinas de Fotografia e Diagramação sem laboratórios. Mesmo com tantos desafios em sala de aula, o aprendizado ampliou meu leque de conhecimentos e levo do curso que aprender todos os dias faz parte de quem quer ser um grande profissional”, ressaltou Lena.

                                       

Na bagagem, a jornalista possui experiência em televisão, reportagens de jornal impresso e Relações Públicas. Atualmente trabalha com assessoria de imprensa a executivos e políticos na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE/RR) .                                                                                                        

Histórias de superação não faltam no curso. O jornalista Gilvan Costa, atual presidente do Sindicato dos Jornalistas, é da turma de 1995. Ele revela que os estudantes, com sede de aprendizado, arregaçaram as mangas para aquisição de equipamentos para o curso, que ainda era bastante embrionário.
“Na época íamos no Centro Cívico pedir no semáforo dinheiro para compra de máquinas fotográficas. Era tudo no improviso, eram poucas salas, mas tínhamos o sonho de nos formar nesse curso. Hoje vemos uma Universidade com uma maior estrutura física e o que esperamos tanto da instituição quanto dos futuros jornalistas são  profissionais capacitados e confiantes em sua produção.”, disse Gilvan, que ressaltou ainda que a luta pela obrigatoriedade do diploma continua em tramitação na Câmara Federal em Brasília.

Com o passar dos anos, o número de professores no curso cresceu. O gaúcho Vilso Júnior Santi é um dos professores que veio para o extremo norte do Brasil lecionar para os alunos de Comunicação social. Hoje diretor do Centro de Comunicação, Letras e Artes (CCLA), explica que tornar o curso atrativo é um desafio a cada semestre, mas as conquistas já são nítidas. Uma delas foi tornar o curso noturno para possibilitar aos alunos tempo vago para estágio e emprego em horário oposto da aula.

Também foi reduzida a carga horária e o número de disciplinas, além da redução no número de pré-requisitos, o que deu mais flexibilidade para o aluno escolher qual disciplina cursar no semestre. 

 “O índice de evasão no curso não é tão alto. Nosso maior problema é a retenção. Ou seja, praticamente nenhum aluno consegue concluir nos quatro anos projetados. Porém, percebemos nos últimos três semestres nós conseguimos dobrar o número de alunos formandos. Antes das mudanças formávamos 13 alunos por ano. Nesse novo ciclo temos formado 25 alunos por ano e isso é significativo”, explicou Vilso.

A reformulação do projeto pedagógico buscou valorizar as culturas locais, o conhecimento tradicional, o meio ambiente, a sustentabilidade e os direitos humanos. O novo modelo contempla a inserção institucional, política, geográfica e social do Jornalismo no contexto amazônico e inclui condições mais objetivas para promoção da integração entre teoria e prática, graduação e pós-graduação, pesquisa e extensão.

O professor do curso de Comunicação Social, Luís Munaro, também comemora esse momento de transformações no curso: “queremos preparar os estudantes para um mercado de trabalho altamente competitivo e os números de acadêmicos formados nos mostram que estamos no caminho certo”, explicou.

Luan Correa está no terceiro semestre. Para  ele, o curso tem grande absorção no mercado e acredita em projeções em sua carreira após concluir a graduação” Espero ganhar espaço principalmente na  área de pesquisa científica. Estou entusiasmado com este curso”, enfatizou o estudante.

Confira a programação das comemorações dos 25 anos do curso de Comunicação Social da UFRR:

A participação nas oficinas deve ser assinalada durante a inscrição em formulário próprio na Coordenação do Curso.
1 - Uso de dados de deep/dark web (Maurício Zouein e Marcos Zouein);
2 - Midialivrismo / Software livre (Timóteo Camargo);
3 - Produção de blogs (Luiz Valério).


30 de novembro:

14h30
Lançamento de livros
Local: sala 140 do CCLA

18h30 Abertura e aula da saudade com professores e alunos
Local: Auditório do Necar


1º de dezembro:

14h30 - Oficinas de produção de blogs, navegação em deep web e midialivrismo (para inscritos)

18h30 - Palestra: O jornalismo em Roraima
Local: Auditório do Necar
Mesa redonda: Profissionais da imprensa local


2 de dezembro

14h30 - Oficinas (para inscritos)

 18h30 - Mesa: Perspectivas para o Curso de Comunicação Social com professores e alunos.
Local: Auditório do Necar


3 de dezembro

20h - Baile de confraternização
Local: CTG

* Colaboração de Edyellen Fonseca Ferreira, aadêmica da disciplina Redação II.