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Reitor coordena lançamento do Portfólio Etnológico de Roraima no Surumu

Published: Friday, 16 September 2016 04:00 | Last Updated: Wednesday, 21 July 2021 11:17

Por Gersika Nascimento

“Estamos vivendo um momento histórico”, assim descreveu o reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), professor doutor Jefferson Fernandes do Nascimento ao coordenar a cerimônia de lançamento do Portfólio Etnológico de Roraima. O evento foi na manhã desta terça-feira (13), na comunidade indígena Surumu, local onde o reitor nasceu, viveu a infância e parte da adolescência.

O Portfólio Etnológico de Roraima faz parte do projeto interinstitucional Roraima Somos Assim, uma parceria entre UFRR, Fundação Ajuri, PNUD-ONU e Escolegis/Assembleia Legislativa. O objetivo da atividade é promover o renascimento da historiografia de um povo, a valorização e o resgate das tradições, costumes e saberes indígenas.

“É muito bom voltar aqui e trazer um produto que é um resgate da história de como começou a comunidade e das pessoas que fizeram essa história, onde as próximas gerações poderão conhecer seu passado e buscar um futuro muito melhor por meio da educação. Nós da UFRR nos sentimos muito honrados de participar desse evento e, pessoalmente, é uma satisfação participar desse momento histórico no local onde vivi momentos importantes”, frisou o reitor.

Também participaram do evento a diretora da Escolegis, Elisia Martins; a professora Eneide Messias, coordenadora do projeto de valorização indígena da UFRR; o tuxaua Rodolfo Fernandes do Nascimento, representante da comunidade Surumu e irmão do reitor; a tuxaua da comunidade do Barro, senhora Elisa do Barro; o gestor do projeto professor Carlos Alberto de Medeiros, além de professores e alunos da comunidade. As autoridades foram recebidas com festa pela comunidade, que apresentaram danças tradicionais, objetos de artesanato e ofereceram a damurida, prato típico indígena.

“A UFRR tem um papel fundamental, quando ela vem para o povo e possibilita que o povo tenha acesso a esse conhecimento, ela está cumprindo duas metas fantásticas, está dando o poder de cidadão e o conhecimento”, disse Carlos Alberto, gestor do projeto.

O tuxaua Rodolfo destacou a importância histórica do projeto: “Fico feliz de estar presente nesse acontecimento que é um marco histórico. Muitos que ainda vão passar por aqui vão poder conhecer nossa história. Quero dizer que todos os projetos que buscam resgatar e valorizar nossa história são bem-vindos”.

Escolas receberam material multimídia e memorial fotográfico

O projeto conta com um kit multimídia composto por registro de fotos, áudio e vídeo da região do Surumu, antiga comunidade do Barro, feitos pelo etnólogo alemão Theodor Koch Grümber, em 1911. O kit conta ainda com dois dicionários disponibilizados pela UFRR, um Macuxi-Português e outro Wapichana-Português. Além disso, as escolas Municipal Luis Alves de Lima e Estadual Indígena Tuxaua Silvestre Messias receberam o “Memorial Histórico Kogo Cecília e a Comunidade Indígena do Barro de 1911”.

Cecília Messias, ou ‘Vovó Cecília’ como é conhecida, foi quem criou a comunidade no começo do século passado. As fotos e vídeos do etnólogo mostram a mulher de quem descende quase toda a comunidade. Entre os descendentes está a professora Kátia Messias da Silva, bisneta da Vovó Cecília:

“A partir de agora o kit e o memorial serão ferramentas que vamos poder utilizar nas aulas. Os alunos vão poder ver como era antes e como é hoje. Como o nosso povo se vestia antes e como se veste agora. O papel da escola hoje é resgatar a cultura. Nessa luta, nós temos pouco material nosso, das comunidades indígenas do estado. Muita gente passou, estudou, escreveu, filmou e fotografou e nós não temos acesso a esses materiais e esse resgate para nós é fundamental”, ressaltou a professora.

Para Eduardo Marrone de Lima Bonifácio, aluno do 2º ano do Ensino Médio na escola Silvestre Messias, o material é um incentivo para que as futuras gerações mantenham as tradições. “É importante para que a gente conheça o que nossos antecedentes fizeram e dos dá força para manter nossas tradições”, disse.

 

 

              

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