Mais de mil indígenas estudam nos cursos de graduação da UFRR
A inclusão social e acadêmica da população é um dos objetivos da Universidade Federal de Roraima. Para isso, a instituição desenvolve ações que incluem a abertura de cursos e promoção de seletivos de ingresso específicos para os povos indígenas de nosso estado e outras regiões. Graças a estas políticas, a UFRR comemora neste 19 de abril, Dia do Índio, a marca de 1.024 acadêmicos indígenas estudando em 36 cursos de graduação.
Em 2001, a UFRR foi a primeira instituição federal de ensino superior a implantar cursos específicos de graduação para a formação de indígenas. Naquele ano, a Universidade criou o Núcleo Insikiran, hoje transformado em Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena, responsável por desenvolver e articular com professores, comunidades e organizações de Roraima a formação profissional dos indígenas da região, de modo específico, diferenciado e intercultural.
É no Insikiran que está o maior quantitativo de alunos, com 700 acadêmicos de diversas etnias fazendo as graduações em Licenciatura Intercultural, Gestão em Saúde Coletiva Indígena e Gestão Territorial Indígena.
Também há oferta de vagas em outras graduações, através dos Processos Seletivos Específicos para Indígenas (PSEI), e nas pós-graduações, como os mestrados em Sociedade e Fronteiras e em Letras.
Uma das pessoas ingressantes na UFRR graças aos Processos Seletivos Específicos para Indígenas foi Mayra Wapichana. Depois de estudar um semestre de 2009 em uma faculdade particular, ingressou no curso de Jornalismo em 2010, juntamente com outros quatro estudantes.
Mayra Wapichana, formanda em jornalismo pela UFRR
Mayra defendeu a sua pesquisa monográfica em abril deste ano, com o tema “Etnojornalismo, estratégias de comunicação e o protagonismo indígena: um estudo de caso no Conselho Indígena de Roraima”, órgão onde trabalha como assessora de comunicação. Aprovada com nota 10 pela banca, será a primeira indígena ingressante pelo PSEI a concluir o curso de Jornalismo.
“Vejo a minha formatura como uma conquista coletiva dos povos indígenas do Brasil e isso se consolida também pelo momento em que a própria Universidade passa em ter o primeiro reitor indígena do Brasil. Vivemos um momento histórico, mas não esquecemos que temos muito que avançar e conquistar ainda, já que constantemente estamos sujeitos à discriminação, preconceito e até riscos da perda dos direitos conquistados”, afirma Mayra.
“É necessário que mais indígenas consigam concluir a sua formação e que outros também busquem a formação nessa área que é tão importante, assim como as demais áreas que tratam da nossa relação social, política e cultural”, conclui a formanda.
Seletivos – Até o dia 22 de abril estão abertas as inscrições para o processo seletivo destinado ao ingresso de 194 indígenas nos cursos de Agronomia, Antropologia, Ciência da Computação, Ciências Biológicas, Ciências Econômicas, Ciências Sociais, Comunicação Social, Direito, Engenharia Civil, Gestão em Saúde Coletiva Indígena, Gestão Territorial Indígena, Licenciatura Intercultural, Matemática, Medicina, Psicologia, Relações Internacionais, Secretariado Executivo e Zootecnia. As inscrições devem ser feitas através do endereço eletrônico http://ufrr.br/cpv/.
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