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Pais relatam a importância das ações inclusivas do Núcleo Construir da UFRR

Published: Wednesday, 22 July 2015 04:30 | Last Updated: Wednesday, 21 July 2021 11:14

Criado em 2007, o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da UFRR (Construir)  tem entre suas finalidades implementar políticas e ações voltadas às necessidades dos alunos com deficiência. Atuando como mediador entre os estudantes e seus respectivos cursos, ajuda a diminuir barreiras e favorece a melhoria da aprendizagem.

Sobre o impacto deste trabalho no cotidiano dos acadêmicos da UFRR, confira a seguir o relato de Rosana Vanusa e Lenival dos Santos, pais de Gabriela Ferraz, aluna do curso de Medicina Veterinária:


Temos muito a reclamar do serviço público que recebemos e consequentemente dos servidores que prestam esse serviço. E o fazemos, nas redes sociais, com o vizinho, em casa...

Quando nos deparamos com uma situação em que o serviço público prestado funciona e vai além das nossas expectativas, é nosso dever, também, falar e divulgar.

Por isso, temos que falar um pouco da nossa experiência com o Núcleo Construir (Núcleo de Acessibilidade e Inclusão) da Universidade Federal de Roraima (UFRR) como também da Coordenação do Curso de Medicina Veterinária da mesma Instituição.

Temos uma filha de 18 anos, Gabriela Ferraz que é deficiente auditiva com perda profunda, porém oralizada, e que ingressou no curso de Medicina Veterinária (UFRR) no semestre 2015.1.

Sabíamos das dificuldades que Gabi encontraria ao longo do percurso; dificuldades comuns a todos que, como ela, ingressam em um curso universitário ainda muito jovens e imaturos.

Porém, os principais obstáculos se encontram no preconceito velado sofrido pelo deficiente. Ninguém tem nada contra a pessoa com deficiência. As pessoas até gostam. Entretanto, ela se torna invisível ao grupo de colegas e professores por não conseguir compartilhar integralmente das mesmas experiências. Isso nos acompanha há anos e sabíamos que na Universidade não seria diferente.


Pois bem, seguindo sua proposta, o Núcleo ao iniciar o semestre, antes mesmo da primeira semana de aulas, colocou Gabriela em contato com alunos veteranos do curso, fazendo um elo para sua recepção e avaliação de necessidades. Ato contínuo, fez uma reunião com a coordenação e professores do curso com a mesma finalidade.
Com o andamento do semestre recebi um telefonema da coordenadora do Núcleo perguntando como Gabi estava se desenvolvendo e se adaptando no curso. Fiz uma reflexão: apesar de ter estudado sempre em escola particular, nunca havia recebido uma assistência desse tipo. Sempre fomos nós que corríamos atrás de apresentar as dificuldades enfrentadas por nossa filha.


Chegando quase ao final do semestre, confirmamos as dificuldades esperadas. Mais uma vez o Núcleo entra em ação, disponibilizando monitores para reforço nas matérias e nos colocando em contato com a coordenação do curso. Em reunião, promovida pelo Núcleo, sentimos que não estamos sós. Que além do Núcleo temos também o apoio da Coordenação do Curso Medicina Veterinária. Ambos sabem, têm a consciência de que não basta fazer a inclusão de alunos com deficiência, é necessário ajudá-los a enfrentar as dificuldades ao longo do caminho para que prossigam.

Com esse texto, queremos reafirmar a importância da existência do Núcleo Construir e agradecer a toda equipe em nome da coordenadora Lisiani Elizabete Rodrigues.

Tão importante e fundamental quanto o Construir foi a dinâmica mostrada pela coordenação do curso de Medicina Veterinária, fazendo um elo de sensibilização entre Gabi, os professores e alunos do curso.

Em nome da professora Vanessa Anny Souza Silva, a agradecemos toda a equipe. Não poderia deixar de registrar que, em especial, a professora Vanessa, não tem medido esforços para ajudar nossa filha, disponibilizando, inclusive, o seu tempo pessoal, sempre com a perspectiva de que ela não tenha pressa e sim aproveite a oportunidade em aprender bem.

Enfim, diante dessas nossas vivências positivas queremos dizer: servidores públicos, instituições públicas, quando cientes dos seus deveres dão conta de enxergar que não somos apenas números em planilhas estatísticas para divulgação em relatórios oficiais; somos dotados de sentimentos – dores, alegrias, angústias, contentamentos, tristezas, felicidades – temos vida.


Rosana Vanusa e Lenival dos Santos

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